Várias pessoas morreram e centenas ficaram feridas após um ataque em um mercado de Natal. Aqui está tudo o que se sabe até agora.
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Jacqueline Howard – BBC News
21 dez
2024
– 13h27
(atualizado às 15h47)
Na sexta-feira (20/12) durante a noite, um homem lançou um carro contra uma multidão que passeava por um mercado de Natal na cidade alemã de Magdeburg.
O ataque matou cinco pessoas, incluindo uma criança de nove anos, e deixou mais de 200 feridos, muitos em estado crítico.
Um homem foi preso e está sendo interrogado, confirmaram autoridades da Alemanha.
A polícia acredita que ele agiu sozinho.
1. Como o ataque aconteceu?
Às 19:02, no horário local (15h02 de Brasília), foi feita a primeira ligação para os serviços de emergência.
O autor da chamada relatou que um carro havia atropelado uma multidão em um mercado de Natal no centro da cidade de Magdeburg.
Segundo a polícia, a pessoa que soou o aleta presumiu que se tratava de um acidente — mas logo ficou claro que não era o caso.
O motorista, detalharam as autoridades locais, saiu da via e entrou em uma faixa de pedestres, o que o levou a um ponto de entrada do mercado que era reservado para veículos de emergência.
No caminho, várias pessoas foram feridas.
Imagens não verificadas publicadas nas redes sociais mostram o motorista acelerando o carro por uma passarela de pedestres entre barracas de Natal.
Testemunhas oculares disseram que correram para sair do caminho do carro, fugir ou se esconder.
A polícia informou que o motorista então retornou à rua pelo mesmo caminho que entrou e foi forçado a parar por causa do trânsito.
Nessa hora, o policiais que já estavam no mercado conseguiram prender o motorista.
As filmagens divulgadas nas últimas horas mostram policiais armados que confrontam e prendem um homem, que pode ser visto caído no chão ao lado de um veículo parado — uma BMW preta com danos significativos no para-choque dianteiro e no para-brisa.
O incidente inteiro durou três minutos, detalhou a polícia.
2. Quem são as vítimas?
Uma criança de nove anos e quatro adultos foram mortos no ataque.
Mais de 200 pessoas ficaram feridas e pelo menos 41 delas estão em estado crítico.
Anteriormente, duas pessoas foram declaradas mortas e outras 68 feridas. Mas os números foram atualizados no sábado (21/12),
Nenhuma das vítimas teve o nome ou a identidade divulgados até o momento.
3. Quem é o suspeito?
A mídia alemã identificou o suspeito como Taleb A., um psiquiatra que mora em Bernburg, que fica a cerca de 40 km ao sul de Magdeburg.
O suspeito está sendo interrogado e os promotores esperam acusá-lo de assassinato e tentativa de assassinato, declarou o chefe de gabinete do promotor local no sábado (21/12).
O motivo por trás do ataque permanece obscuro, mas as autoridades acreditam que ele tenha agido sozinho.
Originalmente da Arábia Saudita, Taleb A. chegou à Alemanha em 2006 e, em 2016, foi reconhecido como refugiado.
A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, disse aos repórteres que estava “claro” que o suspeito tem visões “islamofóbicas”.
O suspeito é um crítico declarado do islamismo nas redes sociais e promoveu teorias da conspiração sobre uma suposta conspiração das autoridades alemãs para islamizar a Europa.
Uma reportagem do jornal Der Spiegel disse que uma queixa já havia sido registrada contra Taleb A. há um ano.
À época, as autoridades concluíram que ele não representava uma ameaça concreta.
4. O que as autoridades disseram sobre o ataque?
“Os relatos sobre o que aconteceu em Magdeburg levantam os piores medos”, afirmou o chanceler alemão, Olaf Scholz, no X (o antigo Twitter).
Scholz visitou o local no sábado.
O vereador da cidade de Magdeburg, Ronni Krug, disse que o mercado de Natal permanecerá fechado e que “o Natal em Magdeburg acabou”, segundo a emissora pública alemã MDR.
Esse sentimento foi ecoado no site do próprio mercado. Após o ataque, o portal apresentou apenas uma tela preta com palavras de luto, anunciando que a atração estava encerrada.
Em uma declaração no X, o governo saudita expressou “solidariedade com o povo alemão e as famílias das vítimas” e afirmou “rejeição à violência”.