Em ato na Paulista, Nikolas chamou o presidente do Senado de “covarde” e Bia Kicis diz que a oposição agirá para impedir o andamento de pautas e atividades na Câmara
Deputados bolsonaristas usaram o ato deste sábado (7.set.2024) na av. Paulista, em São Paulo, para pressionar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a dar seguimento ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Ao menos 152 congressistas apoiam a destituição do ministro. Os dados são do site Votos de Deputados, que monitora as intenções de voto e apoios dos congressistas no Brasil. Devem protocolar o pedido na 2ª feira (9.set.), mas instauração depende da Casa Alta.
O 1º a discursar foi Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O filho do ex-presidente usava uma camiseta preta estampada com um X, em alusão à rede social de Elon Musk, suspensa por Moraes na 6ª feira (30.ago). Em volta do símbolo, havia a bandeira brasileira e abaixo a frase “free speech” (liberdade de expressão, em inglês).
Durante o discurso, Eduardo mencionou Pacheco e pediu a anistia dos presos pelos atos extremistas de 8 de Janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas.
A deputada Bia Kicis (PL-DF) disse que a oposição obstruirá as atividades na Câmara até o presidente do Senado abrir o processo de destituição de Moraes.
“Mais de 150 deputados já assinaram o pedido de impeachment. Temos 31 senadores já confirmados. Queremos que o Rodrigo Pacheco receba esse pedido e distribua para ser analisado como manda a lei. E, agora, meus colegas, deputados e deputadas, nós vamos obstruir os trabalhos. Nós vamos parar a Câmara dos Deputados. E os senadores hão de parar o Senado Federal”, disse Bia Kicis.
Porém, segundo apurou o Poder360, a chance do congressista pautar o pedido é “zero”.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) chamou Moraes de “tirano”. Disse que Musk é um “homem de preço, não de valor”, em referência ao bilionário ter descumprido as decisões da Corte.
Nikolas também pressionou o presidente do Senado a avançar com a destituição do magistrado.
“Cada homem decide o legado que quer deixar nesta terra. Pelo visto, Pacheco escolheu a covardia. Paute o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, seu covarde. E o resto nos fazemos na rua, nos plenários, no congresso”, disse Nikolas.
A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) adotou o mesmo tom. Disse que Pacheco é “covarde” e que a direta organizou o ato por conta dele.
“Não pode, o poder de decisão ficar na mão desse homem. Não pode prisões políticas continuarem. Não pode abolir o Estado Democrático de Direito usando a Constituição e as nossas leis. Por isso, eu vou lutar até o meu último dia de vida pela anistia dos presos políticos, pela liberdade, porque eu não fui eleita para ser capacho de ministro do STF que não tem voto popular”, disse Zanatta.
O ato foi organizado pelo pastor Silas Malafaia. Ao Poder360, ele afirmou que alugou, com recursos próprios, dois trios elétricos, nos quais subiram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e os congressistas presentes.
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