Defesa Civil e empresas de telecomunicação testam nova tecnologia para informar a população de desastres naturais
O mundo tem hoje recursos tecnológicos nunca antes vistos. Tais ferramentas têm contribuído decisivamente para o desenvolvimento dos países e estão na base dos avanços alcançados pelas sociedades modernas em diversos setores, seja no campo científico, do agronegócio ou das comunicações, por exemplo.
Um ponto de atenção, e que ainda desafia muitas vezes a capacidade humana de previsão, prevenção e reação são os desastres naturais, agravados, nos últimos anos, pelas mudanças climáticas.
No Brasil, as 10 maiores enchentes dos últimos 70 anos provocaram quase 5.000 mortes e consumiram mais de R$ 11 bilhões em medidas de socorro. A recente inundação em 478 municípios do Rio Grande do Sul deixou mais de 180 mortos e 2,3 milhões de pessoas afetadas, segundo o boletim da Defesa Civil do Estado.
Neste contexto, as operadoras de telecomunicações têm exercido papel fundamental no aprimoramento dos sistemas de alertas de desastres naturais e outras calamidades, construídos a partir de políticas públicas implementadas nacionalmente. A mais nova iniciativa é o “Defesa Civil Alerta”, ferramenta de envio de alertas de desastres que usa a tecnologia cell broadcast –um método de envio de mensagens para vários usuários de telefones móveis em uma área definida ao mesmo tempo.
O sistema foi desenvolvido pelas operadoras de telecomunicações Algar, Claro, TIM e Vivo em parceria com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), o Ministério das Comunicações e o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional e será utilizado pela Defesa Civil Nacional para comunicar um perigo iminente ou a necessidade de desocupação imediata de áreas atingidas por tragédias naturais ou provocadas pela intervenção humana.
A novidade do dispositivo em relação ao sistema de alerta via SMS, também desenvolvido pelas operadoras, é a capacidade de alcançar toda a população de uma área afetada, independentemente de cadastro prévio ou não, ampliando a possibilidade de preservar vidas. A mensagem será produzida e disparada diretamente pela Defesa Civil para os smartphones da população conectados a uma rede 4G ou 5G. O aviso pode também incluir um sinal sonoro que se sobrepõe ao uso de todos os aplicativos do celular até que seja lido.
O novo sistema está sendo utilizado em caráter experimental em 11 cidades de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais e será implementado em todo o país nos próximos meses. Os municípios dessa fase de testes foram escolhidos por terem o maior histórico com desastres naturais.
A tecnologia cell broadcast não é a única desenvolvida pelas operadoras de telecomunicações para usar a conectividade a serviço da população. Durante a pandemia, as empresas de telecomunicações associadas à Conexis colaboraram com Estados e municípios fornecendo mapas de calor, que resultavam em informações sobre locais com aglomerações.
Esses dados foram coletados a partir dos registros sobre deslocamentos de pessoas. Isso permitiu identificar em quais regiões o isolamento social não estava sendo cumprido e aplicar ações localizadas a fim de diminuir a circulação de pessoas.
Outro serviço com desenvolvimento apoiado pelas empresas de telecomunicações é o sistema #FiqueEsperto, iniciativa que une o poder público e entidades privadas com o objetivo de informar às pessoas sobre como evitar golpes usuais no mundo digital. Além de ações em redes sociais e sites, as mensagens chegam no celular por meio do serviço de SMS.
Essas ações são exemplos do compromisso das empresas de telecomunicações que atuam no Brasil em desenvolver não só produtos e serviços voltados para o lado comercial de sua área de atuação.
Nos últimos 25 anos, o setor investiu mais de R$ 1 trilhão, em valores atualizados pela inflação, levando conectividade aos 203 milhões de brasileiros dos 4 cantos do país, colaborando para o desenvolvimento econômico e com um futuro cada vez mais digital da sociedade.