A Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família, por meio da Gerência de Políticas para Igualdade Racial e Imigrantes, vem articulando a implementação de uma política estadual para o atendimento aos povos ciganos de Santa Catarina. O foco é o respeito as suas tradições e cultura e garantia ao acesso a benefícios, serviços e direitos.
Segundo a gerente de Políticas para Igualdade Racial e Imigrantes da SAS, Regina Suenes, atualmente não há dados oficiais sobre a quantidade de ciganos que vivem no estado, apenas uma estimativa de 3 mil pessoas conforme a Associação Cigana de Santa Catarina, o que dificulta que este povo tenha visibilidade e acesso as políticas públicas. “Eles são considerados povos e comunidades tradicionais, mas ao contrário dos indígenas e quilombolas, por exemplo, os ciganos não são contabilizados no Censo do IBGE, então é fundamental entender melhor e conhecer as especificidades dos povos ciganos para combater à discriminação, preconceito e racismo”, disse.
No Brasil, existem vários grupos que compõem os povos ciganos, por exemplo: os Rom, os Sinti, os Calon. Cada um desses grupos étnicos possui dialetos, tradições e costumes próprios. Muitos deles ainda estão voltados às atividades itinerantes tradicionais da cultura cigana, porém nem toda pessoa de etnia cigana é nômade. Muitos têm residência fixa.
Regina destaca que hoje pouco mais de 300 ciganos são cadastrados no Cad Único e que é preciso aprimorar esse atendimento. Atualmente a maior concentração de ciganos cadastrados em Santa Catarina está nos municípios de Içara, Joinville, Rio Negrinho, Rio do Sul, Palhoça, entre outras cidades.
Para ela é imprescindível que gestores e profissionais da Assistência Social conheçam as populações de seus territórios, suas especificidades e vulnerabilidades. Desse modo, o respeito à diversidade cultural e ao modo de vida dos povos ciganos deve ser referência para ações e políticas públicas direcionadas a eles.
O vice-presidente da Associação Cigana de Santa Catarina, Rogério da Silva, comenta que a entidade foi fundada em 2008 e desde então luta pelos direitos do povo cigano em Santa Catarina. “Desde então lutamos pela implantação de políticas públicas para os povos ciganos e hoje elas estão engatinhando. Hoje nossas crianças ainda sofrem preconceito por parte das escolas, alguns municípios têm falta de vagas, dificuldade no cadastro aos programas sociais e até mesmo no terreno para os acampamentos, então essa aproximação do Governo do Estado é muito importante ”, afirmou.
Mais informações:
Jornalista Helena Marquardt.
Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família
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