Agência de classificação de crédito diz que precisaria “ter mais confiança na capacidade de o governo de gerar superavits primários”
A Fitch descartou aumentar a nota de crédito do Brasil no curto prazo. A agência classifica atualmente o crédito brasileiro em “BB”, 2 níveis abaixo do grau de investimento, com perspectiva estável.
“Para elevar a classificação de crédito do Brasil, precisaríamos ter mais confiança na capacidade de o governo de gerar superavits primários”, disse na 5ª feira (3.out.2024) Todd Martinez, diretor sênior e co-chefe de ratings soberanos das Américas, à Reuters.
Segundo Martinez, a atividade econômica brasileira surpreendeu positivamente, “mas as finanças públicas continuam a ser um ponto fraco, com repercussões na confiança, nas taxas de câmbio e, portanto, no crescimento”.
A agência estima que o deficit primário federal aumente para 1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2025, contra 0,6% neste ano, antes de cair para 0,8% em 2026. Segundo a Fitch, a relação dívida-PIB deve aumentar de 77,8% neste ano para 83,9% em 2026.
GOVERNO QUER GRAU DE INVESTIMENTO
Na 3ª feira (1º.out), a Moody’s aumentou a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1. Também manteve a perspectiva em “positiva”, o que pode melhorar ainda mais a nota no futuro.
Lula e a equipe econômica, liderada pelo ministro Fernando Haddad, querem recuperar o status de grau de investimento que o Brasil perdeu em 2015.
Durante uma visita a Nova York (EUA), no final de setembro, o presidente se encontrou com representantes das 3 principais agências de classificação de crédito (Fitch, e Moody’s e Standard & Poor’s) para discutir a nota de crédito do Brasil.
Assim como a Fitch, a S&P classifica o Brasil como “BB”, com perspectiva estável.
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