A Autoridade Nacional Palestina declarou que foi o ataque mais mortal em 23 anos e evidencia aumento da violência na região
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Redação Terra
4 out
2024
– 08h00
(atualizado às 10h32)
Um ataque aéreo israelense resultou na morte de 18 pessoas no campo de refugiados de Tulkarem, na Cisjordânia, nesta sexta-feira, 4. A operação teria como objetivo atingir um líder do grupo extremista palestino Hamas. Segundo a Autoridade Nacional Palestina, esse foi o ataque mais violento desde 2000, mostrando o aumento da violência no território, que envolve tanto forças militares quanto colonos judeus e grupos paramilitares.
Segundo fontes palestinas relataram a agências de notícias internacionais, o bombardeio foi executado por um caça F-16 israelense, que destruiu uma área residencial no campo de refugiados. À agência AFP, um morador relatou que um edifício de três andares, onde havia um café no térreo, foi reduzido a escombros.
A Autoridade Nacional Palestina, que governa a Cisjordânia, pediu por meio de um comunicado oficial uma “ação internacional urgente para parar a escalada de massacres”. Segundo a agência WAFA, um porta-voz do governo palestino afirmou que ataques desse tipo “não trarão segurança nem estabilidade, mas sim levarão a região a mais violência”.
De acordo com autoridades israelenses, o alvo da operação era Zahi Yasser Abd al-Razeq Oufi, um comandante do Hamas em Tulkarem, junto com seus aliados. O grupo estaria planejando um ataque “em breve”, segundo os israelenses.
Al-Razeq Oufi foi acusado de ter tentado explodir um carro-bomba próximo a um assentamento judaico em setembro. Embora o Hamas não administre a Cisjordânia, o grupo existe na região e tem ganhado apoio popular recentemente.
A Cisjordânia não faz parte diretamente da operação militar israelense em Gaza, mas desde outubro de 2023, os confrontos entre palestinos, soldados israelenses e colonos judeus têm aumentado drasticamente. Dados da Autoridade Nacional Palestina indicam que mais de 700 civis foram mortos no território no último ano.
Os EUA e aliados europeus condenaram a violência, principalmente a praticada pelos colonos, adotando sanções contra algumas organizações extremistas. No entanto, ativistas e políticos palestinos consideram essas medidas insuficientes.