Às vésperas de acordo de Mariana, Vale reporta lucro de R$ 13,6 bi

Portaria da Vale na mina Pico, em Itabirito (MG), onde fiscalização do Ministério do Trabalho encontrou funcionários em condições análogas à escravidão em 2015

Valor é referente ao 3º trimestre de 2024; na comparação com o mesmo período de 2023, resultado representa uma queda de 15%

Um dia antes da assinatura do acordo de repactuação pelo rompimento da barragem de Mariana (MG), a Vale reportou nesta 5ª feira (24.out.2024) um lucro de US$ 2,4 bilhões (ou R$ 13,6 bilhões) no 3º trimestre de 2024.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o resultado representa um recuo de 15% nos ganhos da maior mineradora do Brasil. Eis a íntegra do relatório (PDF – 2 MB).

No acumulado do ano, a Vale registrou um lucro de US$ 6,8 bilhões (R$ 38,9 bilhões). O volume representa um avanço de 23% ante os 9 primeiros meses de 2023, quando a Vale acumulava um resultado positivo de R$ 31,5 bilhões.

A receita líquida da Vale no período foi de US$ 9,6 bilhões (R$ 54,1 bilhões), queda de 10% na comparação com o 3º trimestre de 2023 e de 4% na comparação com o 2º trimestre deste ano.

O Ebitda ajustado (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Vale foi de US$ 3,6 bilhões (R$ 20,5 bilhões), recuo de 18% na comparação com o 3º trimestre de 2023. No comparativo com o 2º trimestre deste ano, o recuo do indicador econômico foi de 9%. No documento, a Vale informa que atingiu sua maior produção de minério de ferro em 5 anos.

Esse é o 1º balanço da Vale com Gustavo Pimenta como presidente da mineradora. O executivo substituiu Eduardo Bartolomeo em outubro deste ano. A sucessão na mineradora foi conturbada, com o Planalto tentando emplacar um nome próximo do governo para comandar a Vale. Foi derrotado e viu os acionistas da mineradora mais fortalecidos.

ACORDO DE MARIANA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinará na 6ª feira (25.out) o acordo de repactuação pelo rompimento da barragem da Samarco –a Vale detém 50% do capital da empresa, ao lado da mineradora britânica BHP Billiton– em novembro de 2015. O acordo foi selado em um valor total de R$ 170 bilhões, dos quais R$ 38 bilhões já foram pagos pelas mineradoras.

Do valor restante, R$ 100 bilhões irão para os cofres públicos em parcelas que serão pagas ao longo de 20 anos. Os R$ 32 bilhões restantes são destinados para obrigações assumidas pelas mineradoras, mas que ainda não se concretizaram, como o pagamento de indenizações aos atingidos pelo desastre ambiental e a remoção de rejeitos que ainda impedem atividades como agricultura e pesca na região.

Fonte: Poder 360

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