Gonet se manifestou contra buscas em gabinete de Gustavo Gayer

PGR diz que investigação não tem robustez para justificar mandados no Congresso; ação poderia ser vista como “interferência” entre Poderes

A PGR (Procuradoria Geral da República) se manifestou contra a realização de mandados de buscas e apreensões no gabinete do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), alvo da PF na 6ª feira (25.out), para evitar tensões e interferência de um Poder nas dependências do outro.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu que as buscas da operação Discalculia sejam autorizadas “exclusivamente” em endereços residenciais. Além do deputado, outros 17 envolvidos foram alvos na ação que investiga o desvio de cotas parlamentares, falsificação de documentos e organização criminosa. Eis a íntegra da manifestação (PDF – 10 MB).

Segundo o MPF (Ministério Público Federal), operações no Congresso Nacional exigem uma “robustez de maior magnitude” dos indícios de crimes. Não seria o caso das investigações que miram o gabinete de Gustavo Gayer –que nega qualquer desvio de verbas ou cometimento de crimes.

Leia o que diz a manifestação:

ENTENDA

A Polícia Federal deflagrou a operação Discalculia que investiga o suposto desvio de cotas parlamentares, peculato, organização criminosa e falsificação de documentos. 

Segundo a corporação, Gustavo Gayer teria usado dependências do escritório político–pago pela cota parlamentar– para uma escola de idiomas. Segundo um levantamento feito pelo Poder360, o congressista teria gasto R$ 164 mil dos cofres públicos.

Além da escola de idiomas, o endereço comercial localizado em Goiânia teria sido usado para a loja “Desfazueli”, que vendia camisetas e adesivos com frases e imagens contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Gayer e integrantes da sua equipe são também suspeitos de contratarem uma empresa de fachada para João Paulo Cavalcante, que atuaria como assessor do deputado. Ele não poderia ser contratado, pois tem uma condenação prévia. 

João Paulo foi preso por participar dos atos extremistas do 8 de Janeiro. O caso originou as investigações contra Gayer depois que o celular do ex-funcionário foi apreendido. 

Segundo a PF, Gustavo Gayer teria adquirido a Ascompeco (Associação Comercial das Micros e Pequenas Empresas de Cidade Ocidental). O congressista teria tentado mudar o nome da organização para Idise (Instituto de Desenvolvimento & Investimento Socioeducacional) e apresentado em 2023 documentos de 20 anos antes. 

Na ata, integrantes da diretoria tinham entre 1 e 9 anos de idade, o que originou o nome da operação.

Diálogos entre os envolvidos sinalizam o suposto plano de forjar o caráter independente da associação adquirida quando, na verdade, ela era ligada aos comandos do gabinete de Gayer.

O QUE DIZ GUSTAVO GAYER

Em vídeo publicado nas redes sociais, Gustavo Gayer nega as irregularidades. Disse que só teve acesso ao processo horas depois da polícia ir até a sua casa. Criticou a ação da PF. Diz que é alvo de perseguição pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, que quer “sujar” seu nome na véspera do 2º turno das eleições.

Afirmou que “coincidentemente” as investigações começaram depois do congressista fazer campanha contra o PSD (Partido Social Democrático) e dele ter supostamente falado ao telefone com Elon Musk.

Fonte: Poder 360

Compartilhar nas Redes Sociais

Notícias Relacionadas

Categorias

Redes Sociais