Mãe de assessor de Gayer diz que R$ 72 mil eram dela

Deputado alvo de operação publicou vídeo de senhora nas redes; ela afirma que dinheiro ficava guardado em casa por “não confiar em bancos”

O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) divulgou neste sábado (26.out.2024) um vídeo da mãe do assessor em cuja casa foram apreendidos cerca de R$ 72.000 durante operação da Polícia Federal na 6ª feira (25.out). O dinheiro seriam as “economias” provenientes de aluguéis de locais comerciais alugados pela mulher. Gayer e integrantes do seu gabinete são investigados por crimes como desvio de cotas parlamentares e organização criminosa.

Ana Maria, de 72 anos, mãe de Bruno Amaral Machado, afirma na publicação que o dinheiro achado pela PF é dela. Diz que o guarda em sua casa porque “não confia no sistema financeiro” e cita o governo do ex-presidente Fernando Collor (1990-1992), que realizou o confisco de poupanças durante seu governo. 

Gayer diz que compartilhou o vídeo a pedido da mãe do assessor para esclarecer “a verdade”. 

Gayer chamou a ação da PF na casa de Machado de “covardia absurda”. O deputado disse que, no momento da operação, o assessor mostrou os contratos que mostrariam que o dinheiro encontrado seria lícito. No vídeo, mostrou os supostos contratos de aluguel, que variavam de R$ 1.000 a R$ 2.400. 

Mesmo tendo provado para a Polícia Federal que o dinheiro era lícito, mostrando a documentação, mostrando tudo de onde vinha o dinheiro, a PF pegou o dinheiro de uma senhora de 72 anos única e exclusivamente para tirar uma foto e mandar para a imprensa”, disse.

O deputado voltou a dizer que é alvo de perseguição do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e que a operação busca afetar a sua imagem e de aliados a dias do 2º turno das eleições municipais. Afirmou também que “o objetivo dessa ação era pegar o meu celular para ver o que eu havia conversado com Elon Musk”.

ENTENDA

A Polícia Federal deflagrou a operação Discalculia que investiga o suposto desvio de cotas parlamentares, peculato, organização criminosa e falsificação de documentos. 

Segundo a corporação, Gustavo Gayer teria usado dependências do escritório político–pago pela cota parlamentar– para uma escola de idiomas. Segundo um levantamento feito pelo Poder360, o congressista teria gasto R$ 164 mil dos cofres públicos.

Além da escola de idiomas, o endereço comercial localizado em Goiânia teria sido usado para a loja “Desfazueli”, que vendia camisetas e adesivos com frases e imagens contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Gayer e integrantes da sua equipe são também suspeitos de contratarem uma empresa de fachada para João Paulo Cavalcante, que atuaria como assessor do deputado. Ele não poderia ser contratado, pois tem uma condenação prévia. 

João Paulo foi preso por participar dos atos extremistas do 8 de Janeiro. O caso originou as investigações contra Gayer depois que o celular do ex-funcionário foi apreendido. 

Segundo a PF, Gustavo Gayer teria adquirido a Ascompeco (Associação Comercial das Micros e Pequenas Empresas de Cidade Ocidental). O congressista teria tentado mudar o nome da organização para IDISE (Instituto de Desenvolvimento & Investimento Socioeducacional) e apresentado em 2023 documentos de 20 anos antes. 

Na ata, integrantes da diretoria tinham entre 1 e 9 anos de idade, o que originou o nome da operação.

Diálogos entre os envolvidos sinalizam o suposto plano de forjar o caráter independente da associação adquirida quando, na verdade, ela era ligada aos comandos do gabinete de Gayer. Ao todo, 18 pessoas foram alvos da operação. 


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Fonte: Poder 360

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