Carlos Lupi argumenta que despesas da área são obrigatórias; disse que haverá diferenciação do joio e do trigo em relação ao BPC
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou nesta 3ª feira (5.nov.2024) que não vê espaço para que a área seja afetada pelos cortes estudados pelo governo. Ele argumenta que as despesas com Previdência são obrigatórias.
“O Ministério da Previdência não tem o que cortar. As despesas são obrigatórias, são despesas constitucionais. E jamais que um governo de cunho social iria tirar direito de quem tem direito. Essa discussão é sobre buscar eficácia, dar direito a quem tem direito, mas não deixar quem não tem direito erradamente conseguir isso”, disse.
A declaração foi feita após reunião da bancada do PDT para apoiar Hugo Motta (Republicanos-PB) na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados.
Lupi também negou a possibilidade de uma limitação do crescimento dos gastos.
“Não pode limitar, porque não tem previsão de quanto serão os aposentados de amanhã, os pensionistas de depois de amanhã. Não há um número exato. Depende de quantos pedem, de quantos têm direito. Não tenho essa previsão. Não vejo possibilidade nenhuma de nenhum corte nessa área”, declarou.
O ministro falou ainda que tanto ele como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são contrários a políticas de redução da valorização do salário mínimo: “Pessoalmente, sou contra e tenho certeza que o presidente Lula também. Não [foi discutido]. O assunto é tão concreto e tão unânime que ninguém nem discutiu isso”.
BPC: SEPARAR JOIO DO TRIGO
Carlos Lupi disse, porém, esperar uma revisão dos beneficiários do BPC (Benefício de Prestação Continuada).
“Isso é outra questão. Acertar as regras de quem ilegalmente recebe. Teve a pandemia e houve um afrouxamento de regras até pelas necessidades. Teve um engrandecimento enorme de pessoas que passaram a receber, sem um critério mais justo. Agora vai se apurar esse critério para se separar o joio do trigo”, afirmou.