A eleição presidencial dos Estados Unidos acontece na próxima terça-feira, dia 5, e coloca em confronto direto Kamala Harris e Donald Trump numa disputa acirrada pela Casa Branca. Além da expectativa sobre o vencedor, outra dúvida paira: quando saberemos o resultado?
A resposta rápida é: não se sabe com exatidão. Diferente do Brasil, onde o uso das urnas eletrônicas e o TSE garantem resultados rápidos, o processo nos EUA é fragmentado. Sem um órgão centralizador, cada estado cuida de sua apuração, com sistemas que variam entre votos em papel e eletrônicos, o que pode atrasar o anúncio do vencedor por dias.
Nessa ausência de uma autoridade central, a imprensa assume o papel de consolidar informações. A agência Associated Press, por exemplo, há mais de 150 anos, centraliza e divulga o andamento da apuração em todo o país, tornando-se referência para o público.
Apesar da incerteza, o histórico recente pode ajudar a ter uma ideia de quando os resultados da eleição de 2024 poderão ser conhecidos.
Em 2016, entre Trump e Hillary Clinton, o resultado saiu na manhã seguinte. Em 2020, na disputa entre Trump e Biden, a espera foi de cinco dias, influenciada pela pandemia, que aumentou o voto pelo correio e retardou a contagem.
Este ano, a votação antecipada pode agilizar a divulgação. Segundo a NBC News, mais de 72 milhões já votaram, de um total de 160 milhões de eleitores registrados.
Os estados-pêndulo
Os estados-pêndulo, cuja preferência se alterna entre republicanos e democratas, são o grande fator de imprevisibilidade que costuma atrasar a divulgação do resultado final.
Nestas eleições, Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin concentram as disputas mais apertadas. Os horários de fechamento variam com o fuso. Na Carolina do Norte, os primeiros resultados devem sair após 19h30 (21h30 em Brasília); na Geórgia, por volta das 19h (21h de Brasília).
A dinâmica de contagem também influencia. Na Pensilvânia e em Wisconsin, por exemplo, disputas políticas impediram a contagem antecipada dos votos pelo correio. Já a Geórgia exige a contagem manual dos votos presenciais, reflexo das acusações infundadas de fraude feitas por Trump em 2020. Na última eleição, foram 5 milhões de votos contados manualmente.