Segundo Anuário Origem, sustentabilidade e inteligência artificial aparecem na sequência; cresce participação de empresas bilionárias na contratação de lobby
A reforma tributária é o tema que reúne o maior número de interessados entre os profissionais de relações institucionais e governamentais, os lobistas.
Segundo dados da 6ª edição do Anuário Origem, que reúne anualmente dados sobre o setor, 90% dos profissionais consultados relataram que a mudança legal está entre os seus principais temas de interesse.
Na sequência, aparecem sustentabilidade (81,1%), inteligência artificial (72,4%) e ambiente regulatório (70,7%). Depois de a reforma ser aprovada em dezembro de 2023, a Câmara aprovou os 2 textos que regulamentam as novas regras. Falta o Senado aprovar.
Empresas com receita bilionária são responsáveis pela contratação de 79,4% dos lobistas. É o maior percentual constatado pelo anuário em todas as 6 edições. A média das últimas é de 76%. As multinacionais também ampliaram sua participação nesse mercado. Passaram de 55,6% do total em 2023 para 57,9% em 2024.
Segundo Rodrigo Navarro, coordenador do levantamento, trata-se de um movimento comum no plano global. Mas que as reformas e a mudança de governo influenciaram a evolução.
“Esse aumento é resultado dos muitos desafios, especialmente a reforma tributária. Consultorias e empresas estão tentando buscar adequação ao ambiente regulatório que está em transformação. Outro ponto é que tivemos mudança de governo e muito está se mexendo para haver novas conexões”, disse.
Está em curso um processo de fusão e ampliação das consultorias de lobby. O número de empresas do setor com mais de 5 funcionários ou mais passou de 39% em 2019 para 56% do total em 2024.
A principal formação dos profissionais de lobby é direito (42%). Na sequência, aparecem administração (14,8%), relações internacionais (12,8%), ciência política (12,5%) e comunicação (12,3%). As instituições de ensino superior que mais formam lobistas são a UNB (Universidade de Brasília) e o Uniceub (Centro Universitário de Brasília), ambas na capital federal.
Metodologia
O anuário ouviu 434 líderes da área com atuação em empresas, associações de classe e entidades do 3º setor e consultorias especializadas e escritórios de advocacia com a prática de relações institucionais e governamentais.