Mauro Mendes disse que brasileiros devem parar de comprar em mercados da rede; declaração se deu após CEO dizer que não irá mais comprar carnes produzidas no Mercosul
O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), sugeriu um boicote ao Carrefour e ao Atacadão depois do CEO da rede de mercados francesa, Alexandre Bompard, dizer que não iria mais comprar carnes produzidas em países do Mercosul.
Em vídeo publicado em seu perfil no Instagram nesta 5ª feira (21.nov.2024), o governador mato-grossense disse que não irá mais comprar em lojas da rede de supermercados e pediu para que a população faça o mesmo “para honrar o país”.
“Respeitamos o direito do Carrefour de selecionar os seus fornecedores. Entretanto, nós brasileiros também temos o direito de comprar de quem quisermos. Se o Brasil não serve para vender carne para eles, então essa empresa não deveria ser bem vista aqui”, declarou Mauro Mendes.
Ainda no vídeo, o governador disse que o boicote se dá porque os produtores franceses não conseguem competir com o agronegócio brasileiro. Também criticou o presidente da França, Emmanuel Macron. Disse que o discurso ambientalista do chefe do Executivo “não passa de conversa fiada”.
“Fica claro que essa conversa do presidente da França, Emmanuel Macron, e de muitos ambientalistas que dizem defender o meio ambiente não passa de conversa fiada. No fundo, querem usar o meio ambiente para criar barreiras contra o agronegócio brasileiro e de outros países aqui da América do Sul”, afirmou.
O Carrefour suspendeu a compra de produtos sul-americanos por supostamente não atenderem às exigências e às normas da França, o que tem causado estresse entre os produtores franceses, que são contra o acordo entre o Mercosul e a União Europeia.
A decisão de Bompard afeta exclusivamente a rede de mercados na França. Outros estabelecimentos da marca não vão parar de vender a carne sul-americana.
O boicote é mais uma sinalização de que o acordo Mercosul-União Europeia não deve prosperar. A costura da negociação é extremamente criticada por agricultores europeus, que temem a entrada de produtos sul-americanos mais competitivos no mercado.