90% das obras no Brasil estão abaixo de 50% concluídas

O levantamento aponta que quanto mais inicial o estágio de uma obra, maior o risco envolvido para o investidor

Levantamento mostra predominância de construções ainda abaixo de 50% de sua execução, cenário que afeta decisões de investimento no setor

A grande maioria das obras de construção civil no Brasil está em fase inicial, diz levantamento divulgado na 3ª feira (26.nov.2024) pelo Índice Swiss Capital de Andamento das Obras (ISCAO). Segundo o estudo, 90% dos empreendimentos monitorados ainda não atingiram metade da construção. O estudo acompanha 830 projetos de 439 empresas, que totalizam R$ 24 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV).

“Quanto mais inicial o estágio da construção, maior o risco para o investidor e, consequentemente, para a rentabilidade”, diz Alex Andrade, diretor-presidente da Swiss Capital. Segundo ele, projetos nessa fase inicial atraem principalmente pessoas físicas em busca de maior retorno, enquanto investidores institucionais preferem obras com mais de 50% de execução, que oferecem menor risco.

O estudo indica que obras inacabadas afastam investidores de fundos imobiliários, que buscam maior previsibilidade.“Existe um problema ainda maior, que são as obras paralisadas. Estas indicam problemas como má gestão, falta de financiamento, ou imprevistos que podem atrasar ou impedir a conclusão do projeto”, afirma Andrade.

Apesar dos riscos, o início de novas construções é positivo para a economia, mesmo quando abaixo de 50% de conclusão. “O que impulsiona a economia não é a venda final do imóvel, mas sim, o incorporador com dinheiro para concluir a obra”, explica o diretor-presidente. O financiamento externo, segundo ele, beneficia toda a cadeia produtiva, incluindo fornecedores, arquitetos e trabalhadores da construção civil.

A Swiss Capital utiliza inteligência artificial para monitorar o andamento das construções de imóveis comerciais e residenciais em todo o país. Fundada em 2020, a empresa já intermediou mais de R$ 550 milhões em créditos e investimentos em 2024, atuando principalmente com pequenas e médias incorporadoras e loteadoras.

Fonte: Poder 360

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