Ricardo Bonilla é investigado por supostos desvios de dinheiro de agência do governo colombiano; Diego Guevara será o substituto
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro (Colômbia Humana, esquerda), anunciou nesta 4ª feira (4.dez.2024) Diego Guevara como o novo ministro da Economia do país. Guevara era o vice-ministro da pasta. A nomeação do presidente se dá depois de o ministro Ricardo Bonilla ser demitido por Petro.
Segundo o chefe do Executivo, a demissão foi feita para que Bonilla se defenda das acusações de desvios de dinheiro da Ungrd (Unidade Nacional para Gestão de Riscos e Desastres). Petro diz crer na inocência do ministro.
“Acredito na inocência do ministro Bonilla e que daremos confiança à reativação econômica da Colômbia, aceitando a demissão do ministro que prefere dedicar o seu tempo a defender-se com total transparência”, disse o presidente colombiano em comunicado.
O esquema de corrupção teria sido feito a partir de compras superfaturadas pela agência do governo. Em depoimento, Sneyder Pinilla, ex-diretor da Ungrd, disse que ex-presidentes do Senado e da Câmara dos Representantes haviam ganho dinheiro para aprovar propostas do presidente Petro.
Os supostos beneficiados pelo esquema teriam sido Ivan Name (Partido Liberal Colombiano, centro-esquerda), ex-presidente do Senado, e Andres Calle (Partido Liberal Colombiano, centro-esquerda), ex-presidente da Câmara dos Representantes. A procuradoria-geral da Colômbia investiga o caso.
Ricardo Bonilla nega as acusações e diz ser inocente. Afirmou que o seu desligamento do governo se deu com o objetivo de não desestabilizar a administração Petro.
“Saio de cabeça erguida, confiante em convencer meus investigadores de que não comprei silêncio, nem votos de parlamentares, nem cotas indicativas, muito menos cometi crimes. A defesa que assumo junto à minha equipe jurídica é amparada na verdade e na transparência”, declarou Bonilla em vídeo de renúncia.
ESCÂNDALOS DE CORRUPÇÃO NO GOVERNO PETRO
O governo do presidente da Colômbia tem sido marcado por acusações de corrupção envolvendo pessoas próximas a ele. Em setembro, o seu filho Nicolás Petro confessou ao Ministério Público ter aumentado sua fortuna de maneira ilícita, recebendo dinheiro do narcotraficante Samuel Santander Lopesierra, conhecido como Homem Marlboro.
Os fundos de Nicolás foram usados para financiar a campanha presidencial de seu pai, que, em junho de 2022, venceu Rodolfo Hernández (Liga Anticorrupção dos Governadores, direita), conhecido como “Trump colombiano”.
Esses casos aumentam a desconfiança da população sobre Petro, que já enfrenta desaprovação de 58,3% da população, segundo pesquisa divulgada em agosto pelo Infobae.
O líder também recebe críticas de cidadãos por suas negociações de paz com grupos paramilitares que atuam no país e pela situação econômica da Colômbia, que cresce menos que o esperado e tem as incertezas fiscais incentivando a redução de investimentos estrangeiros.
