O Bank of America projeta um cenário de “crescimento desequilibrado” em 2025, com os Estados Unidos apresentando desempenho superior, enquanto a China e a Zona do Euro enfrentam desafios econômicos. Segundo o banco, o crescimento mundial deve se estabilizar entre 3,2% e 3,3% até 2026.
O otimismo em relação à economia americana levou a uma revisão para cima das projeções de crescimento, ao passo que as perspectivas para a Zona do Euro foram reduzidas e a China deve registrar taxas abaixo de suas metas oficiais.
A política econômica dos EUA, apelidada de “Trumponomics 2.0,” que prioriza comércio, imigração, política fiscal e desregulamentação, traz incertezas consideráveis.
O relatório aponta que esse mix de políticas beneficia mais os EUA do que outras economias, mas, de forma paradoxal, deve ampliar o déficit em conta corrente americano.
Os mercados emergentes devem experimentar impactos variados. México e Índia podem se beneficiar com mudanças nas cadeias de suprimento, enquanto preços mais baixos do petróleo favorecem países importadores de energia, mas podem prejudicar os exportadores.
A estabilização da inflação será desigual globalmente. O Federal Reserve e o Banco Central Europeu devem cortar suas taxas para 4% e 1,5%, respectivamente, enquanto o excesso de gastos fiscais nos EUA combinado com políticas protecionistas e repressão financeira pode elevar a inflação e criar instabilidade mundial.
O relatório destaca os riscos associados a tarifas agressivas, guerras comerciais ou gastos fiscais excessivos nos EUA, que podem gerar pressões inflacionárias ou uma desaceleração econômica global. A China, por sua vez, deve mitigar potenciais choques tarifários com estímulos fiscais.
No setor de energia, a disciplina da Opep+ e a produção incerta do Irã e da Arábia Saudita podem influenciar os mercados globais de petróleo.
Para os EUA, o Bank of America projeta que o aumento na produtividade dará impulso tanto ao crescimento quanto à inflação acima das expectativas do consenso. Isso deve fortalecer o desempenho doméstico, mas pode intensificar os desequilíbrios no comércio mundial.
Embora existam riscos consideráveis, o banco vê oportunidades. Políticas pró-crescimento nos EUA podem ter impactos positivos no crescimento global, embora o protecionismo continue sendo uma ameaça relevante ao comércio internacional.
Com informações da Investing.com Brasil.