Nilton David (Política Monetária), Izabela Correa (Relacionamento Institucional) e Gilneu Vivan (Regulação) assumem em 2025

A CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado aprovou nesta 3ª feira (10.dez.2024) a indicação de 3 nomes escolhidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a diretoria do BC (Banco Central). São eles:

  • Nilton David, para diretoria de Política Monetária;
  • Izabela Correa, para a diretoria de Relacionamento Institucional;
  • Gilneu Vivan, para a diretoria de Regulação.

Os nomes ainda precisam passar pelo plenário da Casa Alta. Devem ser aprovados com folga, como de costume para os nomes que vão ao órgão.

A votação na CAE não foi unânime, diferente de como se deu com Galípolo em outubro. Chama atenção que Nilton recebeu menos votos favoráveis que os futuros colegas. Eis o placar:

  • Izabela Correa – 24 X 3;
  • Gilneu Vivan – 23 X 4; 
  • Nilton David – 22 X 5.

Gilneu e Izabela ficam no cargo até 31 de dezembro de 2028, com um mandato de 4 anos. Podem ser reconduzidos ao final do período.

Nilton sai mais cedo, em 28 de fevereiro de 2027. Ele passa menos tempo porque substitui o atual diretor Gabriel Galípolo, que deixa o cargo antes do fim do mandato para ser o presidente da autoridade monetária.

O trio foi sabatinado pela comissão antes de ser aprovados. Todos disseram ter compromisso com a meta de inflação, objetivo primordial da autoridade monetária. 

Leia os destaques do que disseram aos senadores:

  • Nilton David declarou que a Diretoria de Política Monetária tem “condições, mandato e instrumentos” para assegurar a estabilidade de preço;
  • Gilneu Vivan – afirmou ser necessário olhar para temas como moedas digitais e inteligência artificial: “São temas que exigem cada vez mais a atenção”;
  • Izabela Correa – defendeu mais transparência e comunicação com a sociedade: “Essa aproximação deve ser permanente e deve acompanhar a evolução da sociedade e das inovações do mercado financeiro”.

A função do Banco Central é colocar a inflação anual do Brasil no centro da meta, que é de 3%. Há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual –o indicador pode ir até 4,5%. 

A política monetária do Brasil determina que a maneira de controlar o índice é por meio do aumento da taxa básica de juros, a Selic. O crédito mais caro desacelera o consumo e a produção. Como consequência, os preços não crescem de forma tão rápida.

Correa, Izabela e Nilton vão integrar o Copom (Comitê de Política Monetária), colegiado do Banco Central que determina o patamar dos juros.

O QUE FARÃO NO BC

Estas são as funções das diretorias que os indicados ocuparão:

  • Regulação – define normas e regulações para o sistema financeiro e trabalha na elaboração de políticas regulatórias;
  • Relacionamento Institucional – cuida o relacionamento do Banco Central com outras instituições públicas, privadas e internacionais;
  • Política Monetária – põe em prática o que foi definido pelo Copom, incluindo operações no mercado aberto, controle da taxa de juros e gestão da liquidez no sistema financeiro.

OS CURRÍCULOS

As indicações seguiram o padrão do Banco Central. A Política Monetária fica com alguém ligado ao mercado financeiro, enquanto as outras duas vagas são de funcionários da autoridade monetária –especialmente a Regulação.

Leia abaixo o perfil de cada um dos aprovados:

Nilton José Schneider David:

É economista e se formou em 1995 na Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da USP (Universidade de São Paulo). Também tem graduação em engenharia de produção na mesma instituição, em 1994.

Trabalha desde 1995 no mercado financeiro. Ficou 5 anos (de 1995 a 2000) no grupo Citi, onde atuou em Nova York, Londres, México e São Paulo. Esteve no Goldman Sachs de 2000 a 2002.

O economista também passou pela Barclays (2002 a 2003), Canvas Capital (2014-2016), Morgan Stanley (2016 a 2029). Está no Bradesco desde 2019.

Izabela Moreira Correa:

É funcionária pública do Banco Central desde 2006 e a atual Secretária de Integridade Pública da CGU (Controladoria Geral da União). Foi pesquisadora de pós-doutorado na Escola de Governo da Universidade de Oxford e tem doutorado em governo pela London School of Economics and Political Science (2017).

É mestre em ciência política pela Universidade Federal de Minas Gerais e graduada em administração pública pela Escola de Governo da Fundação João Pinheiro.

Gilneu Francisco Astolfi Vivan:

É funcionário do Banco Central desde 1994 e atualmente é chefe do Denor (Departamento de Regulação do Sistema Financeiro). Mestre e bacharel em economia pela UnB (Universidade de Brasília) e UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Atuou como chefe do Departamento de Monitoramento do Sistema Financeiro Nacional até o início de 2024. Também representou o Brasil em diversos grupos internacionais, tais como Analytical Group on Vulnerabilities, do Financial Stability Board, responsável por avaliar as ameaças ao sistema financeiro mundial.

LULA TERÁ MAIORIA 

Lula terá indicado 7 dos 9 integrantes do Copom em 2025. Da gestão Bolsonaro, só Renato Dias de Brito Gomes (Organização do Sistema Financeiro e Resolução) e Diogo Abry Guillen (Política Econômica) permanecem. Os mandatos dos 2 terminam em 31 de dezembro de 2025. Lula poderá indicar mais 2 no próximo ano.

Fonte: Poder 360

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