Governo encaminhou lista para diretorias de agências reguladoras na 2ª feira (16.dez), mas sem indicações para o setor elétrico
A lista de indicações do governo para as diretorias de 8 agências reguladoras causou surpresa pela ausência de nomes para a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). A agência tem um assento vazio na diretoria há mais de 200 dias e mais uma vaga se abrirá em maio. O governo e o senado vinham negociando as indicações, mas nada foi definido. No momento, 3 nomes disputam as vagas.
As indicações foram travadas por causa da chegada de um novo nome para assumir um assento na Aneel. Trata-se de Romulo Gobbi do Amaral, assessor do STF (Supremo Tribunal Federal) e ex-advogado do Senado. Romulo tem a benção de Gilmar Mendes e embolou uma corrida que parecia resolvida para a diretoria da Aneel.
O acordo entre governo e senado é que cada um indicará um diretor nessa janela de oportunidade. Do lado do Planalto, o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Gentil Nogueira, ganhou força na disputa com Ângelo Rezende, advogado próximo da cúpula do PT na Bahia. Pelo Senado, o favorito era Willamy Frota, ex-presidente da Amazonas Energia e ex-diretor da Eletronorte. A indicação partiria do senador Eduardo Braga (MDB-AM).
Com o surgimento de Romulo, o jogo deu uma embaralhada. O Poder360 apurou que o governo dá como certo a indicação de Gentil e considera que o Senado deve resolver entre si o outro nome. Acontece que nessa equação quem tem a posição mais sensível é o próprio Gentil, pois os nomes indicados são sabatinados pelo Senado. Ou seja, sem a benção de senadores a aprovação pode ficar complicada.
Willamy tem o apoio de Braga, mas não é o único que goza de prestígio entre os senadores. Romulo também tem influencia no Senado. Além da benção de Gilmar, o advogado passou 6 anos atuando na Casa Alta. Ele agrega o apoio de um ministro do STF e um histórico relevante de atuação no Senado, além de um perfil considerado técnico.
Gentil tem o apoio do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que também tem certa influência na Casa Alta. Foi senador por pouco menos de 1 ano, quando assumiu o lugar de Antonio Anastasia no início de 2022, quando o último foi para o TCU (Tribunal de Contas da União). Apesar da experiência, a influência de Silveira e de sua indicação na Casa Alta é menor do que a de seus adversários no momento. Por enquanto, o nome de Gentil se agarra ao acordo de que o governo teria um espaço na agência.
Se a vaga de Gentil estivesse garantida, não haveria problema em enviar seu nome para a vaga que já está aberta e aguardar uma definição do Senado no ano que vem. No entanto, a costura não é essa e evidencia que a qualquer momento um dos nomes pode desidratar. O acordo é que os 2 nomes sejam enviados juntos para evitar que um lado saia vencedor antes da hora.