Moeda norte-americana volta a subir depois do fim de semana; mercado espera que a cotação termine o ano a R$ 6
O dólar abriu esta 2ª feira (23.dez.2024) em alta. Às 14h30, tinha alta de 1,70%, cotada a R$ 6,19.
Os resultados desta manhã praticamente revertem as quedas registradas nos últimos dias. A moeda refletia a aprovação do pacote fiscal no Congresso e as sucessivas intervenções do Banco Central para controlar o câmbio.
Apesar disso, é praticamente um consenso que a economia prometida pela revisão de despesas não será suficiente para equilibrar as contas públicas –percepção que influencia o humor câmbio.
O Ministério da Fazenda divulgou na 6ª feira (20.dez) a noite as novas estimativas sobre as medidas de corte de gastos. As mudanças feitas na Câmara e no Senado, além da revisão do PIB (Produto Interno Bruto), tiveram um impacto negativo de R$ 2,1 bilhões para o pacote em 2025 e 2026.
O governo calcula poupar R$ 69,8 bilhões nos 2 anos. O mercado diz que as projeções estão infladas. As contas da XP Investimentos apontam para uma economia de R$ 44 bilhões.
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Outro fator que levou às quedas na semana anterior foram as intervenções do Banco Central no câmbio. A autoridade monetária intensificou a atuação e realizou leilões bilionários de dólares. Foram quase US$ 30 bilhões movimentados em dezembro.
Discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também influenciaram o mercado positivamente. Ele publicou um vídeo com o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e disse que iria manter a independência da autoridade monetária.
“Quero que você saiba que jamais haverá da parte da Presidência qualquer interferência no trabalho que você tem que fazer no Banco Central”, declarou Lula.
O presidente da República também afirmou estar atento a eventuais novas medidas fiscais além do pacote aprovado nesta semana.
O Boletim Focus divulgado nesta 2ª feira mostra que os agentes financeiros esperam um dólar a R$ 6,00 ao fim do ano. O relatório colhe as perspectivas do mercado.