Fãs do time Maccabi Tel Aviv foram atacados em Amsterdã em novembro passado. Promotor, porém, argumentou que “violência foi influenciada pela situação em Gaza, não por antissemitismo”.A corte distrital de Amsterdã condenou nesta terça-feira (24/12) cinco homens por participar, em novembro, de ataques violentos contra torcedores de futebol israelenses que estavam na capital holandesa para acompanhar um jogo da liga europeia contra o Maccabi Tel Aviv.
Na época, as cenas de violência correram o mundo e levaram a acusações de antissemitismo.
“Há rumores de pessoas saindo para caçar judeus. Isso é tão chocante e desprezível que eu ainda não consigo entender”, afirmou à época a prefeita de Amsterdã, Femke Halsema. “Posso facilmente compreender que isso traga de volta memórias sobre pogroms [a perseguição aos judeus pelos nazistas].”
Os cinco homens foram considerados culpados de, entre outros crimes, espancar torcedores do Maccabi e usar aplicativos de mensagem para incitar à violência.
A pena mais dura, de seis meses de detenção, foi aplicada a Sefa O. por agredir diversas pessoas em público. Ele era acusado por promotores de desempenhar papel de liderança na violência. Imagens apresentadas à corte o mostrariam chutando uma pessoa caída no chão, perseguindo pessoas e socando-as na cabeça e no corpo.
Segundo o promotor, a pancadaria tinha “pouco a ver com futebol”, mas faltam evidências que demonstrem uma “intenção terrorista”. “E a violência não foi motivada por sentimentos antissemitas”, declarou à corte. “A violência foi influenciada pela situação em Gaza, não por antissemitismo.”
Cinco pessoas foram hospitalizadas
Na noite de 7 de novembro, torcedores do Maccabi Tel Aviv foram perseguidos e espancados pelas ruas de Amsterdã após acompanhar uma partida contra o time holandês Ajax. Cinco pessoas chegaram a ser hospitalizadas e mais de 60 pessoas foram presas.
Os ataques vieram após torcedores do Maccabi entoarem cânticos antiárabes, atacarem um táxi e atearem fogo a uma bandeira palestina.
Outro condenado, Umutcan A., de 24 anos, pegou pena de um mês de prisão por assediar torcedores e arrancar à força um xale do Maccabi de um deles.
Um terceiro homem recebeu a mesma pena; um quarto, pena de dois meses e meio de prisão; o último condenado terá que prestar 100 horas de serviço comunitário.
Um dos réus cresceu em Gaza
Um sexto réu, um homem de 22 anos nascido e criado na Faixa de Gaza, é acusado de tentativa de homicídio. A decisão sobre o caso dele foi adiada até que ele passe por avaliação psiquiátrica. A defesa dele alega que ele cresceu em uma zona de guerra.
Outros seis suspeitos – três deles menores de idade – ainda devem comparecer perante a Justiça.
A polícia diz investigar ao menos 45 suspeitos de envolvimento na violência, inclusive torcedores israelenses.
ra (AFP, dpa, EFE)