Deputada diz que o órgão deve assegurar a proteção da população civil e da oposição política “das ações repressivas” de Maduro
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) enviou um ofício ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) pedindo intervenção na Venezuela. A solicitação se dá depois da autoproclamada vitória do atual presidente, Nicolás Maduro, questionada por países como Estados Unidos, Argentina, Itália e Chile.
No documento, a congressista destaca ser preciso “proteger a população civil e a oposição política das ações repressivas do governo”. Eis a íntegra do ofício (PDF – 570 kB).
Durante a campanha, Maduro afirmou que haveria “banho de sangue” caso não vencesse o pleito. Apesar de o Conselho eleitoral do país anunciar a reeleição do presidente, a oposição reconhece a vitória do candidato Edmundo González, confirmada posteriormente por uma plataforma de checagem.
Zambelli disse que a intervenção se faz necessária por causa do histórico de repressão das Forças Armadas venezuelanas contra opositores, que pode comprometer a “ordem pública e a estabilidade institucional do país”.
“Diante deste cenário, torna-se imperiosa a adoção de medidas corretivas urgentes por parte da Organização das Nações Unidas. A repressão sistemática, a violência desenfreada e a ausência de respeito pelas liberdades democráticas essenciais justificam a intervenção internacional, conforme previsto na Carta das Nações Unidas”, afirmou a deputada.
A deputada ressaltou a necessidade de assegurar que a repressão não aumente, além de um exame sobre as alegações de fraude eleitoral, com as denúncias de manipulação de resultados e repressão de eleitores, relatadas por observadores internacionais e grupos de direitos humanos.
“Entre as medidas possíveis, incluem-se, mas não se limitam a, sanções econômicas e políticas, intervenções humanitárias e outras ações necessárias para a proteção dos direitos humanos e a restauração da ordem democrática. A gravidade da situação na Venezuela demanda uma resposta célere e eficaz da comunidade internacional, a fim de assegurar a proteção dos indivíduos e a promoção dos valores democráticos”, afirmou.