O governo do Equador acusou a vice-presidente do país, Verónica Abad, de uma tentativa de golpe de Estado. O caso acontece após Abad apresentar à Justiça Eleitoral, na semana passada, uma queixa contra o mandatário Daniel Noboa, sob a alegação de que ele teria cometido “violência política de gênero” contra ela.
O governo, então, reagiu. Na última quarta-feira 14, em um comunicado, o Executivo disse que “a denúncia apresentada por Verónica Abad perante o Tribunal Contencioso Eleitoral, que pede a destituição do presidente Noboa e a sua suspensão da participação política durante 4 anos, é uma estúpida tentativa de desestabilização e constituiu flagrantemente uma clara tentativa de golpe de Estado”.
O governo ainda chamou de “vergonhoso” o “nível de desespero dos que estão por trás dessa denúncia”, afirmando que ela “deslegitima o voluntariado popular expresso nas ruas e quer impedir a sua participação eleitoral quando veem que não há outra alternativa”.
O caso teve início quando Noboa nomeou Abad como embaixadora da paz em Israel. Para a vice-presidente, o movimento foi feito para que ela não assumisse a chefia do país quando Noboa fosse se licenciar para tentar uma reeleição.
Noboa foi eleito no final do ano passado em um pleito marcado por sérios casos de violência. Como a eleição aconteceu após o ex-presidente Guilherme Lasso dissolver a Assembleia Nacional e convocar um pleito antecipado, a próxima eleição já será em fevereiro de 2025.
Na denúncia apresentada à Justiça, Abad também acusa a ministra das Relações Exteriores, Gabriela Sommerfeld, além de outros nomes de peso do governo, como a conselheira presidencial, Diana Jácome.