Apresentador fez do domingo uma sessão de terapia para o cidadão recarregar as energias a fim de continuar sua dura jornada
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Jeff Benício
17 ago
2024
– 12h33
(atualizado às 12h33)
Domingo é dia de quê? Macarronada e Silvio Santos. Para as classes baixas da pirâmide econômica, essa associação foi sagrada ao longo de décadas.
O aparelho de TV era ligado logo cedo e permanecia sintonizado no SBT até o fim da noite. Garantia a diversão de todas as faixas etárias na família.
As atrações comandadas por ele despertavam alegria e esperança na população sofrida. Serviam como um anestésico para superar as desilusões da semana transcorrida e ajudavam a renovar a fé nos dias que viriam.
Muito antes do videocassete, dos canais pagos, das redes sociais, do YouTube, dos streamings, lá estava Silvio Santos colaborando para tornar mais suportável a vida das pessoas por algumas horas.
Ali, diante da velha TV, o brasileiro esquecia da tristeza ao rir das piadas – às vezes, politicamente incorretas – do apresentador de quem todo mundo se achava íntimo. Ele era de casa. Mesmo bilionário, parecia gente como a gente.
Uma das maiores qualidades de Silvio Santos era não se levar a sério. Ria de si mesmo. Esta é uma das maiores lições deixadas pelo comunicador. “Eu sou o mensageiro da alegria”, disse certa vez.
“Aos domingos, eu sou uma criança. Uma criança que brinca e que se diverte como todas as crianças. Aos domingos, eu procuro entrar nos lares brasileiros com meu lado infantil.”
Cumpriu bravamente sua missão.