Presidente do Banco Central disse que está trabalhando por transição “bastante suave” no comando da autoridade monetária
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que está trabalhando por uma transição “bastante suave” do comando da autoridade monetária. Seu mandato termina em dezembro de 2024. O diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para substituí-lo. A indicação ainda precisa ser aprovada pelo Senado.
“Já sou aquele avião que meio que está pousando. A gente brinca que é um avião que não tem instrumentos, só enxerga até a nuvem”, disse em participação no Expert XP 2024, em São Paulo.
Campos Neto afirmou, na sequência, que é importante passar a mensagem de que “as instituições valem mais do que as pessoas, e não ao contrário”. O país, declarou, é tão próspero quanto a grandeza das instituições que possui.
“Não é sobre o Roberto Campos. É sobre o Banco Central, sobre a institucionalidade, o processo de autonomia e a continuação do trabalho técnico que tem sido feito”, disse.
O atual presidente do BC recebeu os parabéns pelo trabalho à frente da autarquia pelo economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale, e pelo presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), João Pedro do Nascimento, com quem dividia o painel.
Galípolo não foi citado diretamente por Campos Neto, mas recebeu elogios do presidente da CVM. Pedro do Nascimento afirmou que o diretor do BC é um “craque”, “amigo” e “técnico”, e que está preparado para o cargo. “Manterá o BC e a CVM trabalhando juntos em defesa do país, assim como na gestão do Roberto. Quem ganha é o país”.
Esta reportagem foi produzida pelo estagiário de jornalismo Vinicius Filgueiras e pela redatora Marianna Gualter sob supervisão do editor Victor Schneider.
