A situação no norte da Faixa de Gaza, confrontada com uma ofensiva israelense contra o Hamas, é “apocalíptica”, e toda a população corre “risco iminente de morte”, alertaram, nesta sexta-feira 1º, os chefes das principais agências humanitárias da ONU.
“Toda a população palestina do norte de Gaza corre risco iminente de morte devido a doenças, fome e violência”, escrevem os 15 signatários, exigindo que “o Estado de Israel cesse o seu ataque a Gaza e aos trabalhadores humanitários”.
As forças israelenses lançaram no mês passado uma operação de grande escala no norte de Gaza, alegando que estavam tentando impedir que o movimento islamista Hamas reorganizasse suas unidades de combate, sob pressão após mais de um ano de guerra no território palestino.
“A região está sitiada há quase um mês, privada de ajuda básica e de suprimentos vitais, enquanto os bombardeios e outros ataques continuam”, aponta o comunicado do Comitê Permanente entre Organismos, que reúne agências da ONU e outras ONGs humanitárias.
“Somente nos últimos dias, centenas de palestinos morreram, a maioria deles mulheres e crianças, e milhares foram deslocados à força mais uma vez”, sublinha o documento, cujos signatários incluem os diretores da OMS, Acnur, Unicef, a agência de coordenação de ajuda humanitária da ONU e a ONG Oxfam.
“O desprezo flagrante pelos princípios fundamentais da humanidade e pelas leis de guerra deve cessar”, enfatizaram.
No norte de Gaza “não há disponibilidade de itens de primeira necessidade. Os trabalhadores humanitários não conseguem realizar seu trabalho com segurança total, e as forças israelenses e a insegurança os impedem de chegar às pessoas necessitadas”, acrescentam.
Outros apelos, inclusive das autoridades americanas, recentemente instaram Israel a autorizar a entrada de ajuda humanitária em Gaza.
As agências da ONU pedem a libertação imediata dos reféns em mãos do Hamas há mais de um ano e dos palestinos “detidos ilegalmente”.
A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 de outubro, quando milicianos islamistas mataram 1.206 pessoas no sul de Israel, em sua maioria civis, e sequestraram 251, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
Dos 251 capturados, cerca de 100 continuam em cativeiro no território palestino, incluindo 34 que foram declarados mortos pelo exército.
Em resposta, Israel lançou uma campanha que já deixou 43.259 mortos em Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde do território palestino, considerados confiáveis pela ONU.