Valor liquidado é o maior desde 2019; a ação da autoridade monetária foi demandada pelo setor automotivo nacional
O Banco Central da Argentina leiloou US$ 599 milhões de suas reservas internacionais nesta 5ª feira (26.dez.2024) em uma tentativa de valorizar o peso argentino frente ao dólar norte-americano. O valor liquidado pela autoridade monetária foi o maior desde outubro de 2019.
A ação do Banco Central se deu depois de demandas do setor automotivo do país por uma maior valorização do peso argentino para o pagamento de suas obrigações em dólar. Com menores diferenças nas cotações entre o dólar e o peso, menos custoso fica às empresas nacionais para concretizarem os pagamentos internacionais.
Outro fator que influenciou a autoridade monetária argentina a realizar o leilão foi a eliminação do imposto cobrado sobre transações feitas em moedas estrangeiras. Isso levou investidores a comprarem dólar, valorizando a moeda dos Estados Unidos e desvalorizando o peso.
Mesmo depois da interferência do Banco Central, o valor do peso caiu 1,6%. Está cotado 1.193 pesos por dólar norte-americano no mercado paralelo.
LEILÕES DO BC BRASILEIRO
O Banco Central do Brasil também realizou um leilão nesta 5ª feira (26.dez). Vendeu US$ 3 bilhões a fim de evitar a escalada do dólar frente ao real. O dólar comercial fechou a R$ 6,18.
O leilão desta 5ª feira (26.dez) foi a 9ª interferência feita para evitar o aumento do dólar no país. A autoridade monetária já vendeu US$ 36,2 bilhões em 2024, nas modalidades de leilão à vista ou em linha (com compromisso de recompra).
O câmbio norte-americano acumula uma alta de 2,97% no mês. O ano tem uma expansão de 27,3%.
O cenário internacional influenciou os números, como a vitória de Donald Trump (Partido Republicano) nos Estados Unidos. Mas os fatores internos também afetam a cotação –e muito. Há uma desconfiança sobre a política fiscal do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).