Líder da Minoria apresentou um requerimento para que Eduardo Tagliaferro explique investigações do ministro sobre políticos de direita
A deputada Bia Kicis (PL-DF), líder da Minoria na Câmara dos Deputados, apresentou nesta 2ª feira (26.ago.2024) um requerimento para convidar Eduardo Tagliaferro, chefe da AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação) enquanto o ministro Alexandre de Moraes era presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a prestar esclarecimentos na CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania).
No documento, a deputada solicita uma audiência pública com a presença de Tagliaferro para que ele explique “a disparidade nas investigações de políticos e cidadãos de direita em comparação aos de esquerda”. Eis a íntegra do requerimento (PDF – 86 kB).
Segundo mensagens e arquivos trocados entre Moraes, auxiliares e outros integrantes da equipe pelo WhatsApp, o gabinete do ministro pediu pelo menos 20 vezes a produção de relatórios de forma não oficial para embasar investigações. O caso foi revelado pela Folha de S.Paulo.
“Tagliaferro afirma que essas investigações focaram desproporcionalmente em figuras ligadas à direita política, o que levanta sérias questões sobre imparcialidade, possível perseguição política, e uso indevido de recursos públicos”, afirmou Kicis.
O ex-assessor de Moraes declarou em entrevistas recentes para a Revista Oeste e para o jornal O Estado de S. Paulo que era perseguido por cumprir ordens e que sempre questionou ações do ministro.
“Adicionalmente, Tagliaferro relatou ter sofrido pressão para cumprir ordens de forma célere e sem questionamentos. Ele mencionou que muitas dessas demandas frequentemente ultrapassavam as atribuições relacionadas às eleições e ao próprio órgão, criando um ambiente de trabalho conflituoso”, disse a deputada.
Segundo a líder da Minoria, a audiência é “essencial para garantir a transparência, apurar os fatos e avaliar possíveis desvios na condução das investigações, bem como quais serão as medidas a serem tomadas com o resultado da pretensa audiência, assegurando a conformidade dos atos com os princípios democráticos e o devido processo legal”.