BRASIL, A QUE SERÁ QUE SE DESTINA.

No século 9, profetas e cartográficos europeus faziam referências a uma ilha mítica, descrita como “Hy Brazil” (a ilha do Brasil), conhecida como Ilha da Bem-aventurança, que seria abençoada.

Em 2006, o poeta, músico e escritor brasileiro Jorge Mautner, em parceria com o imortal da Academia Brasileira de Letras Gilberto Gil, compuseram a canção “Outros Viram”.

A obra aborda a visão de célebres intelectuais e pensadores estrangeiros sobre a capacidade de o Brasil carregar um glorioso destino no aperfeiçoamento do processo civilizatório mundial.

A letra cita o escritor russo Vladimir Maiakovski, tido como o poeta da Revolução Russa; o jornalista estadunidense Walt Whitman, considerado o poeta da Revolução Americana; o político norte-americano Theodore Roosevelt, 26.º presidente do país; faz uma enigmática menção ao guru iogue indiano Rabindranath Tagore, poeta, músico e dramaturgo, o primeiro não-europeu a conquistar o Nobel de Literatura (1913); e, ainda, aborta o pensamento do poeta, dramaturgo e jornalista
austro-brasileiro, de origem judaica, o icônico Stefan Zweig, que se fixou no Brasil e morreu em Petrópolis, em 1942.

Maiakovski.
“Dizem que em algum lugar, parece que no Brasil, existe um homem feliz”.
A frase é uma referência à milenar profecia, contida nos mapas medievais, da ilha mágica chamada “Hy Brasil” – Terra dos Bem-Aventurados, na língua celta arcaica.

Walt Whitman.
O Brasil é o “Vértice da Suprema Humanidade”.

Roosevelt.
O presidente dos EUA celebrou nossa miscigenação como sendo a solução para seu próprio país “se amalgamar” – o Congresso, contaminado por racistas e xenófobos, não quis.

Rabindranath Tagore.
O indiano ousou profetizar que, no Brasil, surgiria o “ser do amor, ser superior, da paixão, da emoção, da canção e do eterno perdão”!

Stefan Zweig cravou, especificamente, o termo “País do Futuro”.

As impressões dos profetas europeus da idade média, acolhidas pelos sensíveis poetas russos e americanos, abraçadas pelo perspicaz político estadunidense, abençoada pelo guru indiano e ratificada pelo poeta áustro-brasileiro, estão diante de uma encruzilhada, que tem paralelo nas teorias que astrônomos e cientistas enxergam em relação à existência de vida inteligente em outros sistemas solares, outras galáxias, em mundos distantes.

Para que o Brasil possa, finalmente, estar apto para assumir o papel de catalisador do salto evolutivo da civilização universal, haveremos de fazer uma análise, em paralelo com uma enigmática teoria difundida entre os astrônomos.

Vamos à ela:

Começamos com o “Paradoxo de Fermi”.

Astrofísicos afirmam que o Universo tem cerca de 14 bilhões de anos e possua algo em torno de 2 trilhões de galáxias.

Nossa galáxia, a Via Láctea, de tamanho médio, possui cerca de 400 bilhões de estrelas, o que indica a existência de 700 sextilhões (7²³) estrelas no Universo.

Na Via Láctea, haveria 640 bilhões de planetas; portanto, no Universo, alcançaríamos o incompreensível número de 448 decilhões de planetas – 448³³.

Numa contagem conservadora, se 1% desses planetas se assemelhassem à Terra, ainda teremos uma quantidade incontável, na base dos nonalhões (número incompreensível para a mente humada) de lugares em condições de abrigar vida inteligente e, quiçá, desenvolver tecnologia.

O Paradoxo: se há tantos seres por aí, e por tanto tempo, por que nunca fizeram contato?

Essa pergunta é conhecida como “O Grande Silêncio” (Silentium Universi, em latim).

Para debater o Paradoxo de Fremi, surge a “Equação de Drake”.
Formulada pelo astrônomo Frank Drake, nos anos 60′, a equação é uma especulação, com base matemática, que sugere haver entre 1000 e 100 milhões de civilizações só na Via Láctea.

Dessa premissa, concluiríamos que pode existir bilhões e bilhões de civilizações por aí.

Mas como seriam essas civilizações?

Para responder a essa questão, o astrônomo russo Nikolai Kardashev propôs medir o nível de uma civilização com base na quantidade de energia que é capaz de usar.

Trata-se da Escala Kardashev:

Civilização Tipo 1: acessa toda a energia de seu planeta.

Civilização Tipo 2: acessa a energia da estrela que o planeta orbita.

Civilização Tipo 3: captura toda a energia de sua galáxia.

Mas permanece a indagação: por que não apareceu ninguém pra fazer contato com os humanos terráqueos?

Daí surge a teoria do “Grande Filtro”.

Para se desenvolver, uma civilização, haveria de traçar os longos passos evolutivos:

De início, há de haver uma galáxia estável, com um sistema estelar adequado, que tenha um planeta na zona habitável, estabilizado com uma lua, com campos gravitacionais aptos para surgir aminoácidos, moléculas autoreprodutivas (RNA), a gerar vida primordial, unicelular, simples, (DNA), avançar à unicelular complexa, reprodução sexuada, vida multicelular, e mutações para animais rudimentares, com instintos de sobrevivência.

Depois, subir a estratégias de preservação da espécie, aparecimento de neurônios, tormá-los sofisticados, até os apresentado pelos primatas terráqueos.

Aqui, saltos evolutivos levaram aos australopitecos e aos homimídeos homo habilis, homo erectus (e sua subespécie homo ergaster, parente do homo neanderthalensis), até aos homo sapiens.

Uma mutação evolutiva desenvolveu o lóbulo frontal do nosso cérebro, e nos tornamos homo sapiens sapiens.

A humanidade, segundo a teoria da Escala Kardashev, estaria próxima da Civilização Tipo 1.

Para se fazer contato interplanetário, pensa-se ser preciso estar numa civilização, no mínimo, do Tipo 2.

Eis que, para se avançar ao Tipo 2, surge um obstáculo, o “Grande Filtro”: impedir que um evento natural cause sua extinção (como meteoro, supervulcão) e evitar a autodestruição, como guerra nuclear, degradação ambiental, dominação da inteligência artificial.

Dito isso tudo, voltemos à questão do Brasil

Nosso País poder vir a ser, como profetizado por poetas, gurus e pensadores, o protagonista do avanço civilizatório da humanidade?

Na analogia com as teses da astronomia, o Brasil superou as primeiras barreiras do “Grande Filtro”: temos um natureza exuberante; recursos naturais abundantes; localização privilegiada, sem vulcões, imune a terremotos e tsunamis; clima ameno, enfim.

Mas, a pergunta: conseguiremos ultrapassar a barreira da intolerância, da violência, do individualismo, da desigualdade social, da destruição ambiental, da negação da ciência e da propagação de pragas e doenças para não nos destruir?

Conseguiremos nos apresentar, ao mundo, como Guia da Nova Era?
No início da segunda década do século 21, o obstáculo, imediato, na “filtragem”, veio em forma de terror natural, o vírus pandêmico que exterminou 700 mil de nós.

Tal catástrofe natural teve uma mãozinha da incivilidade dos então gestores da nação, a desídia das autoridades sanitárias contribuiu para a morte de anciãos, que portavam a sabedoria.

Todavia, as eleições de outubro passado tiraram do poder o agente potencialmente destruidor – a esperança ressurgiu.

A que será que se destina, o Brasil?

Por: Dr. Luiz Bassoli – Advogado e Professor

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