PSD decide bancar a candidatura do deputado baiano para o comando da Casa mesmo diante do favoritismo de Hugo Motta
Antonio Brito (PSD-BA) se mantém na disputa pela presidência da Câmara. A decisão foi tomada depois de a cúpula do PSD se reunir nesta 3ª feira (5.nov.2024). A sigla vai bancar a aposta no deputado baiano mesmo diante do favoritismo de Hugo Motta (Republicanos-PB), que reúne apoio de 12 partidos –ou 373 deputados, mas como o voto é secreto e individual, isso não assegura adesão automática dos integrantes. Para o candidato se eleger, precisa da maioria absoluta de 257 congressistas.
Brito afirmou que abrirá diálogo com o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e com Hugo Motta para manter a proporcionalidade do PSD na Casa. “Nós voltaremos a [reunir] a bancada, para avaliar se devemos continuar ou fazer alguma mudança. Mas a decisão de agora é manter a candidatura”, disse o congressista.
Nesta 3ª feira, Motta fechou apoio com o PSB, PDT, PSDB e Cidadania. O candidato já havia consolidado a adesão das duas maiores bancadas –PT e PL, que somam 160 deputados. O apoio do PT ao candidato do Republicanos frustrou o PSD, já que o perfil de Brito é o mais identificado com os anseios do governo.
As eleições para a presidência da Câmara serão realizadas em fevereiro de 2025.
QUEM É HUGO MOTTA
Motta tem 35 anos. Está no 4º mandato. Foi eleito deputado federal pela 1ª vez em 2010, com 86.150 votos. Elegeu-se aos 21 anos.
Em abril de 2016, à época filiado ao PMDB (hoje MDB), o congressista votou a favor da instauração do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Já na gestão de Michel Temer (MDB), em outubro de 2016, Motta votou favoravelmente à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 241 de 2016, conhecida como PEC do teto dos gastos públicos.
Em abril de 2017, Motta votou “sim” ao PL (Projeto de Lei) 6.787 de 2016, que estabeleceu a Reforma Trabalhista. Em agosto de 2017, votou contra a autorização para o STF (Supremo Tribunal Federal) abrir processo criminal contra o então presidente Temer por crime de corrupção passiva.