Com “pauta verde” prioritária, Câmara gasta R$ 19 mi com combustível

Despesa de 2024 tende a superar o de 2023; os deputados podem gastar cerca de R$ 9.000 por mês com combustíveis

Deputados federais já gastaram R$ 18,9 milhões do dinheiro público com combustível em 2024, em um ano em que a chamada “pauta verde” foi anunciada como prioritária na Câmara.

O levantamento do Poder360 considera dados prestados até 2ª feira (25.nov.2024). O valor ainda deve aumentar. Isso porque deputados têm até 90 dias para pedir os reembolsos.

Se seguir esse ritmo, a despesa anual com combustíveis tende a fechar o ano em um valor maior do que em 2023, quando foi de R$ 20 milhões.

O custo inclui lubrificantes, mas, como muitos dos carros são alugados, o gasto é majoritariamente de abastecimento. 

Pela regra, cada deputado tem R$ 9.392 todos os meses para despesas do tipo, ou seja, mais do que 6 salários mínimos. 

Não há nenhuma recomendação sobre o tipo de combustível a ser usado e é comum ver gastos com diesel e outros combustíveis fósseis nas prestações de contas. 

CAMPEÕES DE GASTOS

Até 2ª feira (25.nov), o que mais havia registrado despesas do tipo foi o deputado Gerlen Diniz (PP-AC), com R$ 94.294.

Em outubro, por exemplo, ele gastou o limite mensal: R$ 9.392. Uma busca nas notas fiscais daquele mês mostra a distribuição do consumo:

  • R$ 4.167,47 em 572 litros de gasolina comum:
  • R$ 3.699,31 em 486 litros de diesel S10;
  • R$ 894,50 em 123 litros de gasolina grid;
  • R$ 98 em duas unidades de lubrificante;
  • R$ 41,68 em 8 litros de etanol;
  • R$ 492,30 em gastos não disponíveis para acesso.

Ao Poder360 (leia mais abaixo a íntegra), o deputado disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que os gastos estão de acordo com as regras. Também afirmou que o uso do carro é necessário para rodar suas bases eleitorais no interior do Acre.

“A cota deve ser empregada para garantir presença, atuação e resultados efetivos, especialmente em um Estado como o Acre, que possui desafios logísticos significativos devido à sua extensão territorial e à infraestrutura ainda limitada”, disse o congressista.

Em seguida, vêm os deputados Paulo Magalhães (PSD-BA), com R$ 94.124, e Lázaro Botelho (PP-GO), com R$ 93.364. 

Este jornal digital entrou em contato com os gabinetes dos 2 deputados, mas não conseguiu contato. O espaço segue aberto. Este texto será atualizado caso uma manifestação seja enviada a este jornal digital.

Saiba quanto gastou cada deputado com combustíveis e lubrificantes de janeiro até 25 de novembro de 2024. Use o campo “Busca” para procurar por um congressista específico. Para abrir em outra aba, clique aqui:

PAUTA PRIORITÁRIA

Em várias ocasiões, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a “pauta verde” era uma das prioridades de sua gestão. 

No fim do ano passado, o deputado alagoano listou projetos como: 

  • combustível do futurosancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
  • mercado de carbonoaprovado pelo Congresso. Aguarda sanção;
  • marco regulatório de offshore – na Comissão de Infraestrutura do Senado;
  • marco regulatório de transição energéticasancionado.

Leia a íntegra da nota de Gerlen Diniz:

“Acerca do levantamento apresentado, é importante destacar que todos os gastos realizados com a cota parlamentar estão em estrita conformidade com as normas da Câmara dos Deputados, sendo devidamente registrados e justificados. A cota existe exatamente para permitir que os parlamentares desempenhem suas funções, atendendo às demandas do mandato e às necessidades da população que representamos.

“Entendemos que a cota deve ser empregada para garantir presença, atuação e resultados efetivos, especialmente em um estado como o Acre, que possui desafios logísticos significativos devido à sua extensão territorial e à infraestrutura ainda limitada.

“Nossa atuação é pautada pela responsabilidade no uso dos recursos públicos e pela transparência, tanto que as informações estão integralmente disponíveis para consulta. Além disso, sempre nos posicionamos contra a criação de novas despesas que consideramos desnecessárias, como, por exemplo, o aumento do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas (Fundão Eleitoral). 

“Vale ressaltar que fui eleito prefeito de Sena Madureira-AC no pleito de 2024 sem utilizar um único centavo do citado fundão, o que nos coloca em posição de destaque como um parlamentar que trabalha visando diminuir as despesas financiadas pelo erário público.”

Fonte: Poder 360

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