Comissão da Câmara revoga homenagem de Lula a Bashar al-Assad

Lula e Bashar al-Assad

Presidente entregou honraria ao ex-líder sírio em 2010 durante visita ao Brasil; projeto ainda não tem data para ir a plenário

A Credn (Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional) da Câmara dos Deputados revogou nesta 4ª feira (11.dez.2024) uma homenagem concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao ex-líder sírio Bashar al-Assad.

Em 2010, Lula condecorou o então presidente da Síria com o Grande Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. A honraria foi entregue durante uma visita de al-Assad ao Brasil. A retirada da honraria deve ser apreciada em plenário, mas ainda não há data.

O PDC (projeto de decreto legislativo) 93 de 2018 é de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Apesar de apresentada há 5 anos, sua análise foi finalizada apenas nesta 4ª feira (11.dez).

Segundo o relator, deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), al-Assad “não se encaixa na descrição exigida pela Ordem e nem respeita os princípios nos quais se baseia nossa democracia”. Em seu voto, lembrou que a ONU (Organização das Nações Unidas) reconheceu a tirania do governo sírio em 2012 e apoiou um plano da Liga Árabe para que ele deixasse o poder.

A honraria é a mais alta condecoração brasileira para estrangeiros. Ela também foi dada por Lula ao ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica na 5ª feira (5.dez).

Assad também recebeu a Legião de Honra da França, a condecoração mais alta do país. Em 2018, o presidente francês, Emmanuel Macron (Renascimento, centro), decidiu retirar a honraria. O então líder sírio acabou devolvendo-a.

QUEDA DE ASSAD

No domingo (8.dez), rebeldes sírios do grupo HTS (Hayat Tahrir al-Sham) tomaram a capital Damasco e derrubaram o governo de Bashar al-Assad. O ex-presidente sírio, que governava o país desde 2000, fugiu para a Rússia.

A Síria enfrenta uma guerra civil desde 2011, mas o conflito estava estagnado até o início de dezembro. Rebeldes opositores a Assad começaram a realizar ataques e tomaram o controle de territórios, como Allepo, 2ª maior cidade síria. A ofensiva durou menos de duas semanas.


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Fonte: Poder 360

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