Líder do PL na Câmara diz que apoio ao candidato é “realidade”, mas parte da bancada quer compromisso com projetos prioritários
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o líder do partido na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), apoiam o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) na disputa pela presidência da Câmara. Deputados da chamada “ala radical”, no entanto, resistem e querem que o candidato assuma compromisso com projetos prioritários.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou publicamente Motta como o seu candidato na 3ª feira (29.out.2024).
A jornalistas depois de reunião da bancada no Hotel Brasil 21, em Brasília, Côrtes disse que o encaminhamento a Motta é “realidade no partido”.
O apoio formal do PL a Motta, porém, deve atrasar. Segundo apurou o Poder360, parte dos deputados da legenda estão insatisfeitos depois de o Lira ter criado uma comissão especial o PL (projeto de lei) 2.858 de 2022, que anistia presos do 8 de Janeiro.
Com isso, a proposta foi retirada da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, presidida pela bolsonarista Carol de Toni (PL-SC). Parte dos congressistas do PL dizem que Lira descumpriu um acordo feito a eles.
Altineu disse que uma minoria de deputados da legenda defendem que o partido lance uma candidatura própria ao comando da Câmara.
“Alguns deputados têm um desejo de candidatura própria, mas dissemos que temos um entendimento pelo Hugo. A questão são as pautas apresentadas pelos deputados, que serão apresentadas a ele. O PL está formando a maioria, mas respeitamos alguns deputados divergentes. É natural ouvir a todos. Vamos recolher essas pautas e conversar com ele. Candidatura própria está descartada. Bolsonaro e Valdemar da Costa Neto já declararam o caminho do partido”, declarou.
O PL da anistia vinha sendo usado como moeda de troca por parte da ala bolsonarista na Câmara para fechar apoio ao favorito de Lira. No entanto, ao oficializar Motta como seu candidato, o presidente da Casa Baixa disse que a discussão do PL da anistia não deve “se converter em disputa política”.