Candidatos à presidência da Câmara, deputados do PSD e do União Brasil se reunirão no fim de semana com Gilberto Kassab
Apesar de o candidato à presidência da Câmara Hugo Motta (Republicanos-PB) ter consolidado uma base de apoio composta por 8 partidos, a cúpula do PSD articula uma estratégia de manutenção das candidaturas de Antonio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União Brasil-BA), que se uniram numa contraofensiva ao congressista do Republicanos.
Os 2 se reunirão com o presidente da sigla, Gilberto Kassab, neste fim de semana para avaliar o quadro de sucessão de Casa e traçar uma linha de ação frente ao favoritismo de Motta –o deputado paraibano também pretende ir a São Paulo no sábado (2.nov.2024) para tentar se encontrar com o dirigente da sigla.
Até o momento, Motta reúne uma bancada de 324 deputados. No entanto, como o voto é secreto e individual, isso não assegura adesão automática dos integrantes. Para se eleger, o candidato precisa da maioria absoluta de 257 congressistas.
O temor do PSD é que a base de apoio de Elmar migre para o candidato do Republicanos caso ele desista da disputa, reduzindo praticamente a zero as chances de Brito. O apoio do PT à Motta frustrou a sigla, já que o perfil de Brito é o mais identificado com os anseios do governo.
Elmar chegou a galvanizar o apoio do PSDB, Cidadania, Avante, PDT, PSB, PRD e Solidariedade, que totalizam 66 deputados federais, mas foi esvaziado com a iniciativa do União Brasil de abrir um canal de interlocução com Motta para negociar cargos na mesa e nas principais comissões.
LIRA QUER O PSD
Na noite de 4ª feira (30.out), o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chamou um grupo de deputados do PSD para convencer a bancada a apoiar Motta na disputa. O presidente da Câmara teria dito aos congressistas que ajudaria Brito a angariar algum ministério.
Depois da conversa, ainda na noite de 4ª feira, deputados do PSD procuraram Brito para uma reunião. Às perguntas sobre o assunto, Brito responde que recusaria qualquer oferta.
QUEM É HUGO MOTTA
Motta tem 35 anos. Está no 4º mandato. Foi eleito deputado federal pela 1ª vez em 2010, com 86.150 votos. Elegeu-se aos 21 anos.
Em abril de 2016, à época filiado ao PMDB (hoje MDB), o congressista votou a favor da instauração do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Já na gestão de Michel Temer (MDB), em outubro de 2016, Motta votou favoravelmente à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 241 de 2016, conhecida como PEC do teto dos gastos públicos.