Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado diz que entrará com ações individuais para ressarcimento do associados
A Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo) afirmou neste domingo (13.out.2024) que acionará a Justiça contra a Enel por prejuízos causados pelo apagão que atinge a capital paulista e região metropolitana desde 6ª feira (11.out). Segundo a entidade, serão protocoladas ações individuais para que os associados sejam ressarcidos.
A Federação abarca 24 sindicatos patronais, que representam mais de 502 mil estabelecimentos do setor. Destes, 50% estão na região afetada pela interrupção de energia elétrica, segundo a entidade.
“Por conta do apagão, bares e restaurantes estão impossibilitados de funcionar […] A medida legal é necessária, tendo em vista os danos milionários causados aos estabelecimentos gastronômicos”, afirma a nota.
Cerca de 900 mil residências da Grande São Paulo seguem sem energia elétrica neste domingo (13.out) após as fortes chuvas que afetaram a região na 6ª feira (11.out). O número representa 11% dos clientes da Enel.
Além da capital, com cerca de 552 mil clientes impactados, os municípios mais afetados são: São Bernardo do Campo com 60,4 mil unidades, Cotia com 59 mil e Taboão da Serra com 55,5 mil.
Diante da situação, a Federação afirma que os efeitos do apagão ainda podem ser sentidos pelos estabelecimentos no final de semana. Isso porque, segundo Fhoresp, aos sábados e domingos, a movimentação chega a ser triplicada em comparação com dias úteis.
“Infelizmente, não é só o dia não faturado. Além do bar e do restaurante não conseguirem abrir as suas portas, estes estabelecimentos também não têm como acondicionar matéria-prima. Sem energia, sem geladeira, sem freezer. Os produtos perecíveis estão estragando. É um prejuízo terrível”, declarou Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp.
A entidade ainda aponta que este apagão é o 2º de “grandes proporções” que atinge os setores abarcado pela Fhoresp. Em novembro de 2023, a região teve um blecaute, resultado de fortes chuvas.
Segundo levantamento da Fecomércio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), o impacto nos setores de comércio e serviço de SP perderam pelo menos R$ 1,3 bilhão em faturamento bruto na época.
Para o diretor-executivo da Federação, é necessário saber o real problema que impede a execução de serviços eficientes por parte da Enel em todo o Estado. E diz que os estabelecimento afestados precisam de apoio do Estado e da prefeitura para cobrem uma resposta da Enel.
“Não é possível que, por mais de uma vez, em menos de 1 ano, a Enel faça isso com o setor e com os consumidores em geral […] os bares e restaurantes precisam de uma reparação real por parte da distribuidora de energia, além de apoio do Estado e da Prefeitura, que devem cobrar da Enel uma resposta”, afirma Edson Pinto.
ENEL
A Enel é uma companhia italiana, ainda com participação estatal do governo da Itália, que assumiu as operações da Eletropaulo em 2018. É considerada a maior distribuidora de energia elétrica do país em número de consumidores. No Brasil, tem operações em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. Leia mais sobre a distribuidora neste texto.
Por nota, a empresa disse seguir trabalhando para restabelecer o serviço. Leia o comunicado completo:
“A Enel reitera o seu compromisso com a população em todas as áreas em que atua e seguirá investindo para entregar uma energia de qualidade para todos. Em relação à concessão em São Paulo, a distribuidora está comprometida em ir além dos indicadores estabelecidos e segue com um plano estruturado para seguir a trajetória de melhoria contínua dos serviços. O plano em execução inclui investimentos em iniciativas como o fortalecimento e a modernização da rede, a digitalização do sistema e a ampliação da capacidade dos canais de comunicação com os clientes, além da mobilização antecipada de equipes em campo em contingência e o aumento significativo do quadro de eletricistas próprios.
“Para o período 2024-2026, a Enel está investindo cerca de US$3,7 bilhões (aproximadamente R$ 20 bilhões) no país, o que demonstra o compromisso do grupo com o Brasil. Deste total, cerca de 80% serão investidos em distribuição de energia. A companhia seguirá prestando todos os esclarecimentos a autoridades para além dos indicadores, que são acompanhados constantemente pela Aneel.
“Em relação às chuvas que atingiram a área de concessão na noite de sexta-feira (11.10), acompanhadas de ventos de até mais de 100 km/h, a Enel Distribuição São Paulo informa que, até 8h deste domingo (13), restabeleceu a energia para cerca de 1,2 milhão de clientes. Na noite de sexta, por volta das 20h, 2,1 milhões de clientes estavam sem energia. No momento, técnicos da companhia seguem trabalhando para reconstruir trechos da rede elétrica danificados e restabelecer o serviço para cerca de 900 mil clientes impactados.”
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