Presidente do PT disse que o presidente foi julgado por um “ex-juiz parcial”; Fantástico retificou petista durante entrevista
A presidente do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) criticou nesta 2ª feira (16.dez.2024) o programa Fantástico, da TV Globo, por corrigir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e dizer que ele teve direito à defesa na Justiça em todas as etapas do julgamento no caso da cobertura do Guarujá, que o levou à prisão. Afirmou que o então juiz e hoje senador Sergio Moro (União Brasil-PR) negou pedidos de perícias e produção de provas.
Lula deu entrevista ao programa no domingo (15.dez) logo depois de receber alta do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internado desde 10 de dezembro devido a um hematoma frontopariental.
A repórter Sônia Bridi questionou sobre a prisão de Walter Braga Netto, vice-presidente na chapa com Jair Bolsonaro (PL) em 2022, no sábado (14.dez), por suspeita de atrapalhar as investigações da Polícia Federal sobre o plano de golpe de Estado e assassinado de autoridades. O general é um dos indiciados no caso.
Lula respondeu que defende que ele tenha a “presunção de inocência” que ele não teve, mas “se for verdade as acusações”, que sejam punidos “severamente”. “Fiquei chocado. Eu vou te dizer uma coisa. Eu defendo que eles tenham a presunção de inocência que eu não tive. Eu quero que eles tenham todo o direito de defesa. Mas se for verdade as acusações, essa gente tem que ser punida severamente pra que sirva de exemplo ao Brasil”, afirmou.
Bridi questionou se ele não considera que não teve direito de defesa “nesse processo todo da justiça, todas as instâncias” . “Veja, eu não tive direito de defesa. Eu não tive. Eu fui preso primeiro, mas depois eu me defendi”, declarou.
O Fantástico, então, retificou o presidente. “Quando o presidente Lula foi preso em 2018, no caso da cobertura no Guarujá, com participação da defesa dele em todas as etapas do julgamento. Na época, o entendimento do Supremo Tribunal Federal era de que condenados em 2ª instância poderiam ser presos. Esse entendimento mudou em 2019. A prisão voltou a ser apenas depois do processo transitado em julgado. E o presidente foi solto”.
Leia a íntegra da entrevista.