Diretor de Política Monetária do Banco Central foi indicado nesta 4ª feira (28.ago) por Lula para presidir a instituição
A presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, disse nesta 4ª feira (28.ago.2024) que não poupará Gabriel Galípolo de cobranças pela redução da taxa básica de juros. Atualmente diretor de Política Monetária do Banco Central, ele foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidir a instituição a partir de 2025. Seu nome ainda precisa ser aprovado pelo Senado.
“Sobre juros vou continuar sempre [cobrando]. Eu acho que não temos uma inflação que justifique a taxa de juros que temos hoje no Brasil”, disse. Questionada pelo Poder360 sobre recentes declarações de Galípolo de que não teria problema em eventualmente subir a taxa, Gleisi disse que ele terá “que explicar muito bem”.
Gleisi é uma das principais autoridades que faz críticas constantes ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em relação à Selic, atualmente em 10,5%. Em 8 de agosto, a deputada federal pelo PT do Paraná disse que ele sabotou a autoridade monetária “a serviço de quem o colocou lá”, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Foi o voto popular que conferiu ao presidente [Luiz Inácio] Lula [da Silva] a prerrogativa de indicar o próximo presidente do BC. Não há que se falar em arroubo político nessa decisão, muito menos fantasiar que a gestão do BC ‘independente’ foi ‘técnica’. Foram 2 anos de sabotagem do bolsonarista Campos Neto, a serviço de quem o colocou lá (e agora terá de responder à Comissão de Ética da PR por seus negócios). Essa política errada já custou muito ao país”, declarou em seu perfil no X (ex-Twitter) na época.
Em 22 de agosto, Galípolo havia dito que os diretores da autoridade monetária não têm o “constrangimento” de eventualmente subir a taxa básica, a Selic, se necessário. Mais tarde no mesmo dia, recuou e disse que havia se expressado mal.
A indicação de Galípolo para comandar o Banco Central foi feita pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no início da tarde no Palácio do Planalto logo após reunião com Lula.
Galípolo substituirá Roberto Campos Neto, que está no comando do BC desde 28 de fevereiro de 2019. Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Campos Neto colecionou críticas do governo Lula Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principalmente por reduzir pouco, na avaliação do Executivo, a taxa básica de juros.