Gleisi diz que governo deve mudar arcabouço

O ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça Sergio Moro se filiou ao Podemos em 10 de novembro

A presidente do PT defende que o pagamento de aposentadorias do INSS deve continuar sendo vinculado ao salário mínimo

A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) criticou a proposta de desvinculação do pagamento das aposentadorias do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) da política de aumento real do salário mínimo e defendeu que, se o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tiver de escolher, deve alterar o marco fiscal.

Entre mexer na vinculação do salário mínimo e mudar o arcabouço, tem de mudar o arcabouço. Simples assim, afirmou a presidente do PT (Partido dos Trabalhadores). As declarações foram dadas ao jornal Estado de S. Paulo.

Como mostrou o Poder360, a ideia de parte do time econômico é desindexar a valorização de alguns benefícios sociais e trabalhistas está no “cardápio” de opções pensadas pelo governo Lula para cortar gastos do Orçamento público.

Em 6 de junho, o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, defendeu a desindexação do salário mínimo do piso da Previdência Social e a desvinculação dos gastos da saúde e educação no Orçamento.

A proposta de mudança foi alvo de embate entre a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e a presidente do PT em maio.

Em entrevista ao Valor Econômico, Tebet disse avaliar a desvinculação dos benefícios da Previdência Social da política de valorização do salário mínimo. O governo Lula adotou uma correção do salário mínimo que garante um reajuste acima da inflação. A medida tem implicações para os gastos da Previdência Social, que, atrás do pagamento dos juros da dívida, é a principal despesa do governo.

AUTONOMIA DO BC

Ao Estadão, Gleisi também criticou a autonomia do BC e disse esperar que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que trata do tema, em tramitação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, não seja aprovada.

Segundo a congressista, Campos Neto, quer livrar a instituição que ele preside do ajuste fiscal” e, com a medida, poderá “ganhar mais, gastar mais”.

“O arauto do fiscalismo, que impõe juros pesadíssimos ao Brasil, quer livrar a instituição que ele preside do ajuste fiscal. Se aprovada essa PEC, lá vão poder ganhar mais, gastar mais. E o resto do Orçamento como fica? Pode desvincular o salário mínimo da Previdência, cortar universidade que não tem problema? É uma contradição, um absurdo.

Fonte: Poder 360

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