Indicados ao BC defendem compromisso com a meta de inflação

Gilneu Vivan (Regulação) e Izabela Correa (Relacionamento Institucional) são sabatinados no Senado Federal

Os indicados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a diretoria do BC (Banco Central) disseram nesta 3ª feira (10.dez.2024) ter compromisso com a meta de inflação, a função primordial da autoridade monetária.

“Enfrentamos novamente um ciclo inflacionário […] o Comitê de Política Monetária tem enfatizado seu firme compromisso com a convergência da inflação à meta. As decisões que tomarei, se tiver a honra de ser aprovado para essa missão, serão seguir o bom trabalho daqueles que me antecederam”, declarou Gilneu Vivan, que deve assumir a diretoria de Regulação.

O indicado falou a senadores na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos). Ele e os outros nomes escolhidos pelo governo passam por uma sabatina na Casa Alta, onde devem ser aprovados com folga ainda nesta 3ª feira (10.dez).

Izabela Correa é o nome escolhido para assumir a diretoria de Relacionamento Institucional da autoridade monetária. Assim como o futuro colega, ela afirmou ter compromisso com o controle dos preços.

“Gostaria de reafirmar meu firme compromisso de, tendo a honra de ser aprovada por essa Casa, cumprir com diligência todo o mandato institucional e legal do Banco Central do Brasil a mim confiado a fim de garantir a estabilidade de preços”, declarou Correa.

Nilton David vai para a diretoria de Política Monetária, assumindo a vaga deixada pelo futuro presidente do órgão, Gabriel Galípolo. Como executor das políticas ligadas aos juros, também defendeu o controle da inflação.

“A inflação e as expectativas têm se mantido acima do centro da meta e requerem ação firme do Banco Central para o cumprimento do mandato que lhe foi conferido, processo que, aliás, já está em curso”, declarou.

A função do Banco Central é colocar a inflação anual do Brasil no centro da meta, que é de 3%. Há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual –o indicador pode ir até 4,5%. 

A política monetária do Brasil determina que a maneira de controlar o índice é por meio do aumento da taxa básica de juros, a Selic. O crédito mais caro desacelera o consumo e a produção. Como consequência, os preços não crescem de forma tão rápida.

Correa, Izabela e Nilton vão integrar o Copom (Comitê de Política Monetária), colegiado do Banco Central que determina o patamar dos juros.

INOVAÇÃO E TRANSPARÊNCIA

Izabela Correa defendeu que o Banco Central mantenha uma comunicação simples com a sociedade, com objetivo de seguir o compromisso de transparência do órgão.

“Essa aproximação deve ser permanente e deve acompanhar a evolução da sociedade e das inovações do mercado financeiro”, disse. 

 Gilneu Vivan afirmou ser preciso mirar nos temas relacionados à inteligência artificial, integração entre as instituições financeiras e moedas digitais.

“São temas que exigem cada vez mais a atenção do Banco Central. São temas sobre os quais essa sociedade vem se debruçando. É necessário que estejamos preparados. São oportunidades que permitirão oferecermos para a sociedade custos menores, melhores serviços, e melhores aplicações”, declarou ele.

Os últimos 5 anos de gestão do Banco Central foi marcado pela inovação tecnológica, durante o mandato de Roberto Campos Neto na presidência da autoridade. O destaque é a criação da ferramenta de transferência instantânea Pix. Os diretores sinalizaram um compromisso para manter o legado.

O QUE CADA INDICADO FARÁ

Estas são as funções das diretorias que os indicados ocuparão:

  • Regulação – define normas e regulações para o sistema financeiro e trabalha na elaboração de políticas regulatórias;
  • Relacionamento Institucional – cuida o relacionamento do Banco Central com outras instituições públicas, privadas e internacionais;
  • Política Monetária – põe em prática o que foi definido pelo Copom, incluindo operações no mercado aberto, controle da taxa de juros e gestão da liquidez no sistema financeiro.

LULA TERÁ MAIORIA 

Lula terá indicado 7 dos 9 integrantes do Copom em 2025. Da gestão Bolsonaro, só Renato Dias de Brito Gomes (Organização do Sistema Financeiro e Resolução) e Diogo Abry Guillen (Política Econômica) permanecem. Os mandatos dos 2 terminam em 31 de dezembro de 2025. Lula poderá indicar mais 2 no próximo ano.

Fonte: Poder 360

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