Apple revela o iPhone 16, Oracle divulga resultados fiscais e exportações da China estão entre os temas
Os futuros das ações norte-americanas foram silenciados nesta 3ª feira (10.set.2024), com os investidores se preparando para os principais dados de inflação dos EUA no final da semana e tentando avaliar as perspectivas da política monetária do Fed (Federal Reserve, Banco Central norte-americano).
A Apple revela seu mais recente iPhone aprimorado por inteligência artificial, enquanto os lucros do 1º trimestre da Oracle superam as estimativas, fazendo com que as ações da empresa de nuvem subam acentuadamente antes do sino de abertura. No Brasil, a inflação oficial deve desacelerar. Leia as principais notícias do mercado:
1. Futuros americanos silenciados
Os futuros das ações dos EUA oscilaram em torno da linha plana nesta 3ª feira (10.set.2024), sugerindo uma reversão dos ganhos registrados em Wall Street na sessão anterior, com os investidores atentos ao próximo relatório de inflação e aos possíveis cortes nas taxas de juros do Federal Reserve.
Às 7h57 (de Brasília), o contrato Dow futures e o S&P 500 futures estavam praticamente inalterados, e o Nasdaq 100 futures havia caído 0,2%.
As principais médias subiram na 2ª feira (9.set), com os investidores em busca de pechinchas depois de uma liquidação na semana anterior, alimentada, em parte, por um relatório de empregos de agosto mais fraco do que o esperado e por dados lentos do setor industrial.
Os mercados estão tentando avaliar as perspectivas para a política monetária do Fed na sequência dos números, com um corte nos custos de empréstimos na reunião do banco central em 17 e 18 de setembro, agora praticamente garantido. No entanto, ainda não se sabe se os formuladores de políticas farão uma redução de 25 ou 50 pontos-base. Poderá haver mais clareza na 4ª feira (11.set), quando o mais recente IPC (Índice de Preços ao Consumidor) dos EUA for divulgado.
Em ações individuais, as ações da Boeing (NYSE:BA) subiram depois que o fabricante de aviões em apuros chegou a um acordo trabalhista provisório com seu maior sindicato, enquanto a Palantir (NYSE:PLTR) e a Dell Technologies (NYSE:DELL) saltaram depois que foi anunciado que ambas as empresas se juntarão ao benchmark S&P 500 index em 23 de setembro.
2. Novo iPhone
As ações da Apple (NASDAQ:AAPL) permaneceram praticamente inalteradas no pregão de horário estendido, depois que a gigante da tecnologia revelou as últimas iterações de seu iPhone carro-chefe na 2ª feira (9.set), com analistas afirmando que os novos recursos alimentados por IA (Inteligência Artificial) não apresentaram grandes surpresas.
O grupo sediado em Cupertino anunciou uma série de aprimoramentos em seu iPhone 16, incluindo melhorias em seu assistente de voz Siri e uma série de personalizações de câmeras inteligentes voltadas para a edição de vídeo profissional.
Os analistas disseram que os novos iPhones e os recursos de IA estavam em grande parte alinhados com as expectativas estabelecidas pela revelação anterior da Apple de seus planos para um impulso na IA, chamado “Apple Intelligence”. Mas alguns analistas alertaram que os novos recursos serão lançados gradualmente, possivelmente desencorajando compradores imediatos, especialmente em meio à forte concorrência de rivais como a Samsung (KS:005930) e a Huawei.
A Apple está apostando no iPhone 16, que deve ser colocado à venda em 20 de setembro, com pré-encomendas disponíveis nesta 6ª feira (13.set), para ajudar a revigorar as vendas do dispositivo.
As ações da Oracle (NYSE:ORCL) subiram acentuadamente nas negociações depois do expediente, depois que o grupo divulgou resultados do 1º trimestre fiscal melhores do que o esperado, impulsionados pela forte demanda por seus negócios em nuvem.
A empresa de serviços em nuvem sediada no Texas também disse que assinou uma parceria com a AWS (Amazon Web Services, serviço de nuvem) que permitirá que os clientes acessem o Banco de Dados autônomo da Oracle e o Oracle Exadata Database Service na AWS.
A Oracle registrou um LPA (Lucro Ajustado Por Ação) de US$ 1,39 sobre uma receita de US$ 13,3 bilhões nos 3 meses encerrados em 31 de agosto. Os analistas consultados pela Investing.com previram um lucro por ação de US$ 1,33 sobre uma receita de US$ 13,23 bilhões.
O total de obrigações de desempenho restantes, uma medida importante da receita contabilizada, foi de US$ 99 bilhões, um aumento de 53% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Para o 2º trimestre, a empresa projetou um crescimento de receita de 8% a 10%, superando as estimativas dos analistas de 8,72% no ponto médio, de acordo com dados da LSEG citados pela Reuters.
3. Exportações chinesas crescem
As exportações da China aumentaram mais do que o previsto em agosto, o que pode indicar que as empresas estão aumentando os pedidos antes das tarifas esperadas de vários parceiros comerciais.
As remessas externas do país cresceram 8,7% em relação ao ano anterior, acima das expectativas de 6,5% e acelerando em relação ao aumento de 7% registrado em julho, de acordo com dados do governo. Essa foi a taxa mais rápida desde março de 2023.
No entanto, as importações aumentaram 0,5%, perdendo as estimativas de 2% e desacelerando em relação aos 7,2% de julho, sugerindo que a demanda doméstica continua lenta na 2º maior economia do mundo.
Os números sugerem que as empresas podem estar tentando fechar pedidos antecipadamente devido a sinais de que a China pode estar enfrentando um aumento nas tarifas externas. Os analistas da Capital Economics disseram em uma nota que as exportações “provavelmente permanecerão fortes nos próximos meses”, já que “mais barreiras contra os produtos chineses estão sendo erguidas”.
4. Mercado de petróleo
Os preços do petróleo caíram um pouco no comércio europeu nesta 3ª feira (10.set), já que as preocupações com a fraca demanda doméstica na China superaram o possível impacto da tempestade tropical Francine na produção de petróleo dos EUA.
Os contratos futuros do petróleo bruto Brent com vencimento em novembro caíram 0,93%, para US$ 71,17 por barril, enquanto os contratos futuros do petróleo bruto WTI (West Texas Intermediate) caíram 1,08%, para US$ 67,97 por barril. Ambos os índices de referência fecharam em alta na 2ª feira (9.set).
Várias empresas petrolíferas, incluindo a Exxon Mobil (NYSE:XOM), a Shell (LON:SHEL) e a Chevron (NYSE:CVX), estão interrompendo as atividades de produção e refino no Golfo do México devido à tempestade tropical Francine. Espera-se que a tempestade se fortaleça nos próximos dias, de acordo com o National Hurricane Center.
Mas o sentimento foi abalado por uma série de leituras econômicas fracas da China, que aumentaram os temores sobre o crescimento morno do principal importador de petróleo do mundo.
5. IPCA no Brasil
Os investidores aguardam dados oficiais da inflação, com a expectativa de que o pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) tenha ficado praticamente estável em agosto ou até registrado deflação.
O consenso indica alta de apenas 0,01%, depois de 0,38% na leitura anterior. Dessa forma, o índice em 12 meses passaria de 4,50% para 4,30%.
A Warren Investimentos espera uma variação mensal de 0,01%, conforme consenso. Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, entende que o grupo transportes terá forte desaceleração, enquanto a alimentação em casa deverá mostrar deflação, mas menor do que a registrada em julho.
“Além disso, a energia elétrica também ajuda na variação de agosto mais baixa com a contabilização da bandeira verde”, destaca a especialista da Warren em nota ao mercado.
Os economistas consultados pelo Banco Central continuaram a subir as expectativas de inflação deste ano, passando a projeção 4,26% para 4,30%. O centro da meta é de 3%, com 1,5 ponto percentual de limite.
Às 7h58 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) subia 0,37% no pré-mercado.
Com informações da Investing Brasil.