Petista declara não querer “escolher” os presidentes da Câmara e do Senado; afirma ainda que irá manter uma relação “civilizada e institucional” com quem ganhar
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta 5ª feira (17.out.2024) que não irá interferir nas eleições para presidente do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. O petista afirmou que, goste ou não, irá dialogar com os presidentes que forem eleitos.
“Eu tenho como prática política não me meter na escolha do presidente da Câmara, mas é uma coisa do Congresso Nacional. Como eu respeito a autonomia de cada Poder, o meu presidente será aquele que foi eleito. Aquele presidente, goste dele ou não, eu vou conversar e vou tratá-lo como o presidente da Câmara”, disse Lula em entrevista à Rádio Metrópole, da Bahia.
Segundo o chefe do Executivo, ele não quer “escolher” os presidentes do Congresso Nacional. Afirmou ainda que irá manter uma relação “civilizada e institucional” com quem ganhar as eleições nas duas Casas.
No entanto, embora Lula tenha falado em não interferir nas eleições, todos os principais envolvidos nas negociações passaram a submeter suas decisões ao governante.
Ele tomou a frente do processo ao realizar reuniões no Palácio do Planalto com os caciques de partidos e ao balizar movimentos estratégicos nos últimos dias. Em 8 de agosto, Lula disse a seus ministros que era preciso ter cautela para que a eleição na Câmara “não tenha nenhuma incidência no funcionamento do governo”.
ELEIÇÕES NO CONGRESSO
Os regimentos da Câmara e do Senado determinam que as eleições para as Mesas Diretoras sejam realizadas sempre em fevereiro de 2025, logo no retorno dos trabalhos, depois do recesso de fim de ano.
As campanhas para a eleição da Câmara começaram a se intensificar neste 2º semestre. O atual presidente, Arthur Lira (PP-AL), deve oficializar em breve o deputado que apoiará como sucessor. O presidente da Casa Baixa não deve abrir mão de apoiar Hugo Motta (Republicanos-PB) para sucedê-lo.
O PT, partido de Lula, já sinalizou que deve apoiar a candidatura de Motta. No entanto, a legenda só deve definir o nome que apoiará de fato após o 2º turno das eleições municipais, marcado para 27 de outubro.
Envolvido na articulação que alçou Motta a favorito na disputa pelo comando da Câmara, Lula tem mantido conversas com Lira sobre a eleição na Casa. Já se reuniram 3 vezes para tratar do assunto (sempre fora da agenda oficial), sem contar os inúmeros telefonemas, para tratar do assunto. Ambos concordaram que deveriam chegar a um nome de consenso.
No Senado, onde o cenário está mais pacificado, as alianças e os nomes que disputarão a presidência aguardam a definição da Câmara. A Casa Alta tem Davi Alcolumbre (União-AP) à frente na disputa. O senador conta com o apoio de grande parte da oposição e do centro e é aliado do atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).