Presidente disse em entrevista que só o trabalhador não consegue escapar de impostos e que seu governo quer aumentar tributos para os mais ricos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta 5ª feira (15.ago.2024) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, da pecha de “taxador”. Disse que o governo trabalha para taxar os mais ricos e isentar quem ganha até R$ 5 mil por mês. O governante afirmou que quem vive de dividendos “sempre encontra um jeito de não pagar imposto de renda”.
“As pessoas encontram sempre um jeito de não pagar imposto de renda. Só quem não encontra é quem trabalha e vive de salário porque é descontado. Não tem choro, nem vela. […] Quem reclama muito do imposto é o rico. Eles não gostam de pagar imposto.[…] Quando chamam o Haddad de taxador, é porque estamos trabalhando a política para taxar os mais ricos”, disse em entrevista à rádio T, do Paraná.
Durante o mês de julho, centenas de sátiras relacionando o ministro ao aumento de impostos foram publicadas nas redes sociais. As críticas se intensificaram por causa da aprovação, em 10 de julho, do PLP (Projeto de Lei Complementar) 68 de 2024, que regulamenta a reforma tributária, que taxa alimentos ultraprocessados, cervejas e outros produtos….
O presidente mencionou a iniciativa proposta pelo Brasil no G20 de cobrar mais impostos de bilionários no mundo. Disse que são poucas pessoas que concentram mais riquezas do que muitos países.
“As pessoas muito ricas são poucas e é muito dinheiro. Três mil pessoas no mundo têm muito mais dinheiro do que muitos países. É preciso que essas pessoas paguem um pouco de imposto para que o estado possa garantir o exercício da democracia facilitando a vida do povo mais humilde”, disse.
Como o Poder360 mostrou, a proposta enfrentou resistências, especialmente de países mais ricos, liderados pelos Estados Unidos. A ideia é tida como a principal iniciativa econômica brasileira na presidência do bloco.
Lula disse ainda que as pessoas precisam ajudar o governo cuidando de seus próprios orçamentos ao fazer compras, principalmente de alimentos. Disse que é necessário pesquisar preços e levar em conta a sazonalidade da produção e evitar aumento da inflação. “As pessoas têm que se ajudar para que a gente possa ter no comportamento do povo um equilíbrio no orçamento familiar”, disse.