Presidente afirma que setor era “100% contra” ele nas eleições de 2022; pesquisa da Quaest mostrou que 90% dos agentes avaliam o governo de forma negativa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 5ª feira (5.dez.2024) que a avaliação negativa de agentes financeiros sobre o seu governo revela, na verdade, que 10% do setor passou a apoiá-lo já que, em 2022, durante a eleição presidencial, 100% do mercado financeiro era contrário a ele.
“Aliás ontem saiu uma pesquisa que 90% do mercado, daqueles que compõem a Faria Lima, são contra o meu governo. Eu já ganhei 10% porque nas eleições eles eram 100% contra. Então já cresci”, disse.
Pesquisa Quaest divulgada na 4ª feira (4.dez.2024) indicou que o governo do petista é avaliado de forma negativa por 90% dos agentes do mercado financeiro. O percentual é o mesmo registrado em março de 2023, o maior até então, e 26 pontos percentuais superior ao último levantamento, de março deste ano. Em contrapartida, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é avaliado de forma positiva por 41%.
Foram entrevistados, on-line, 105 gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro em fundos de investimento com sede em São Paulo e no Rio de Janeiro de 29 de novembro a 3 de dezembro. A margem de erro não foi divulgada. O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos. Eis a íntegra (PDF – 18 MB).
Lula afirmou que, ao final do seu 3º mandato, em 2026, entregará o país com uma situação econômica favorável, mas disse que o mercado financeiro continuará “reclamando”.
“Vamos entregar outra vez a economia crescendo, o povo consumindo, o mercado reclamando e as empresas que investem em produção fazendo investimento concreto porque o que importa é isso”, disse.
O presidente também afirmou que voltou ao Planalto depois de 2 mandatos para provar “mais uma vez” que um “torneiro mecânico tem mais capacidade de governar o país do que todos aqueles que têm vários diplomas de doutores, mas não tem sensibilidade social”.
Lula disse que os resultados econômicos do país precisam ser distribuídos entre a população e defendeu maior circulação de dinheiro “na mão de todo mundo”. “Se não fica concentrado no banco fazendo especulação e o povo passando necessidade”, disse.
O petista discursou na inauguração de uma fábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo (MS), a 100km de Campo Grande (MS). O local abriga a maior linha única de produção de celulose do mundo, com capacidade para produzir 2,5 mil toneladas de papel por ano. A produção será destinada para a exportação. A Suzano investiu R$ 22,5 bilhões na construção do parque industrial.