O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou, nesta quinta-feira 19, que seu adversário nas eleições presidenciais, Edmundo González Urrutia, lhe pediu “clemência” para conseguir sair da Venezuela e ir para a Espanha.
“Ao final me dá vergonha alheia que o senhor González Urrutia, que me pediu clemência, não tenha palavra com o que se empenhou e alegue sua própria inépcia e sua própria covardia para tentar salvar sei lá o que”, afirmou Maduro, ao se referir às declarações do ex-diplomata, de 75 anos, que disse ter sido “coagido” por autoridades venezuelanas para conseguir partir para o exílio.
“Sinto vergonha alheia pelo ‘pataruco’ (galo que não serve para a rinha), no final se mostrou um ‘pataruco’ (…) Ninguém pode alegar sua própria inépcia em defesa própria. González Urrutia, ninguém pode alegar sua própria covardia e sua própria traição a seus seguidores em defesa própria”, disse Maduro.
A reação do presidente foi uma resposta a uma mensagem de González Urrutia, após a divulgação de uma carta, assinada por ele e pelo presidente do Parlamento, o poderoso dirigente chavista Jorge Rodríguez, na qual foi exposto um acordo para que o opositor deixasse a Venezuela.
“Estando (refugiado) na residência do embaixador da Espanha, o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, e a vice-presidente da República, Delcy Rodríguez, se apresentaram com um documento que teria que referendar para permitir minha saída do país”, afirmou González. “Em outras palavras, ou assinava ou enfrentava as consequências.”
González Urrutia, refugiado na Espanha desde 8 de setembro, denuncia fraude nas eleições de 28 de julho e reivindica sua vitória.
O Parlamento Europeu o reconheceu, nesta quinta-feira, como “presidente legítimo” da Venezuela, em meio a questionamentos à reeleição de Maduro, uma resolução que o Parlamento venezuelano qualificou de “agressão nefasta”.
Os Estados Unidos e vários países latino-americanos também reconheceram González Urrutia como o vencedor do pleito.