Mais de 300 lojas Starbucks estarão de greve na véspera de Natal

A rede de franquias tem mais de 10.000 lojas só nos Estados Unidos.

Trabalhadores de 45 Estados dos EUA paralisaram as atividades por conta de salários, alocação de pessoal e escalas de trabalho

A greve dos trabalhadores da Starbucks alcançou nesta 3ª feira (24.dez.2024), véspera de Natal, mais de 300 lojas em 45 Estados norte-americanos, de acordo com o sindicato Workers United, que representa os baristas. As informações são da Reuters.

A paralisação, iniciada na 6ª feira (20.dez), é motivada por impasses relacionados a salários, alocação de pessoal e escalas de trabalho. O sindicato estima que mais de 5.000 trabalhadores participem da greve antes do encerramento do movimento, previsto para o final da véspera de Natal.

A Starbucks, que opera mais de 10.000 lojas nos Estados Unidos, informou que 98% de suas unidades permanecem abertas, enquanto cerca de 170 foram temporariamente fechadas na 3ª feira (24.dez). Entretanto, o sindicato afirmou que mais de 290 lojas estão completamente fechadas e que as greves já representam a maior mobilização trabalhista da história da rede de cafeterias.

MOTIVAÇÃO DA GREVE

As reivindicações dos trabalhadores incluem reajustes salariais que acompanhem a inflação e o custo de vida nas grandes cidades, além de jornadas de trabalho mais previsíveis.

Funcionários grevistas em Chicago (Illinois) afirmaram que o salário médio de US$ 21 por hora é insuficiente diante das condições atuais, especialmente porque raramente recebem carga horária completa de 40 horas semanais. No início do mês, o sindicato rejeitou uma proposta da Starbucks que previa um aumento salarial de 1,5% em anos futuros, sem reajuste imediato.

A organização também afirmou que a empresa não apresentou uma proposta econômica concreta durante as negociações. Por outro lado, a Starbucks declarou estar pronta para retomar o diálogo assim que o sindicato retornar à mesa de negociações.

GREVE DOS TRABALHADORES DA STARBUCKS

A greve ocorre em um dos períodos mais movimentados do ano para a Starbucks, afetando potencialmente as vendas durante as festas de fim de ano. A paralisação também atrai atenção para as práticas trabalhistas da empresa.

Rachel Wolff, analista da Emarketer –empresa de pesquisa de mercado dos EUA– destacou que a greve pode amplificar a análise pública em um momento em que a rede busca reconquistar clientes e restaurar sua imagem sob a liderança do novo CEO, Brian Niccol.

Nos últimos meses, centenas de queixas contra a Starbucks foram registradas no NLRB (National Labor Relations Board, em português: Conselho Nacional de Relações Trabalhistas), incluindo acusações de práticas trabalhistas ilegais, como demissão de apoiadores do sindicato e fechamento de lojas durante campanhas de sindicalização. A Starbucks nega as acusações e afirma respeitar o direito de seus trabalhadores de se sindicalizarem.

HISTÓRICO DE NEGOCIAÇÕES

Desde abril, a Starbucks e o Workers United conduzem negociações baseadas em um quadro estabelecido em fevereiro. Segundo a empresa, mais de 30 acordos sobre diversos tópicos foram alcançados até o momento. Contudo, o sindicato acusou a empresa de encerrar as negociações de forma prematura e de negociar de má-fé em relação a questões econômicas.

A greve dos trabalhadores da Starbucks se soma a outras paralisações registradas em 2023, em setores como transporte e tecnologia, marcando um ano significativo para o movimento trabalhista nos Estados Unidos.

Fonte: Poder 360

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