Cargo na ANP para secretario do ministério de Silveira é garantida, mas diretoria-geral fica distante, assim como a Aneel
A corrida para indicações na diretoria de agências reguladoras está se afunilando e o Ministério de Minas e Energia tem perdido força para emplacar nomes em agências estratégicas.
O ministro Alexandre Silveira quer ao menos um nome na Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e um na ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), mas o cenário não está favorável para o homem-forte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no setor energético.
Em cada uma das agências, ao menos duas vagas estarão em jogo no 1º semestre. A situação na ANP é mais favorável a Silveira, que tem a indicação do secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Pietro Mendes, como garantida. Inicialmente, Mendes migraria para a agência como diretor-geral, mas no momento o secretário deve assumir como um dos diretores e deixar a indicação para o senador Otto Alencar (PSD-BA).
O nome favorito de Otto é Artur Watt Neto, que atualmente é consultor jurídico da PPSA (Pré-Sal Petróleo). Watt já passou quase 12 anos na ANP, onde ocupou os cargos de procurador-geral substituto e subprocurador-geral da agência. Também teve uma passagem na gestão Silveira no Ministério de Minas e Energia. Foi diretor do departamento de gás natural do ministério de março a julho de 2023, antes de ingressar na PPSA.
Já na Aneel, o cenário é mais complicado para Silveira. Internamente, o ministério ainda tenta emplacar o secretário de Energia Elétrica, Gentil Nogueira, para uma das cadeiras na agência. São negociadas duas vagas: a deixada por Hélvio Guerra desde maio deste ano e a que se abrirá em maio de 2025 com o fim do mandato de Ricardo Tili.
O governo e o Senado já fecharam questão em relação a disposição das vagas na Aneel: uma pra cada. Silveira quer colocar Gentil na vaga de Hélvio, mas o PT também deseja essa vaga. Um nome que ganhou força no partido de Lula foi o de Ângelo Rezende, advogado próximo da cúpula do PT na Bahia. Ele tem o apoio do senador Jaques Wagner (PT-BA) e do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
A outra vaga deve ficar com o senador Eduardo Braga (MDB-AM). O nome favorito é Willamy Frota, ex-presidente da Amazonas Energia e ex-diretor da Eletronorte. Ele deve ficar com a vaga de Tili.
Todas as indicações para diretoria de agência reguladora devem passar pelo Senado Federal. Por isso, a Casa Alta tem um poder de barganha grande junto ao governo para abocanhar assentos nas autarquias.