MP-TCU quer apurar suposta omissão do BC na alta do dólar

Fachada do Tribunal de Contas da União (TCU)

Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União pede avaliação sobre a efetividade dos leilões de reservas monetárias

O subprocurador-geral do MP-TCU (Ministério Público Junto ao Tribunal de Contas da União), Lucas Furtado, enviou nesta 5ª feira (26.dez.2024) uma representação para que a Corte de Contas apure uma suposta omissão do Banco Central para frear a escalada do dólar.

No documento, Furtado quer que o TCU se debruce sobre a efetividade da estratégia da autoridade monetária em realizar leilões de reservas cambiais para reverter a valorização da moeda norte-americana. Na visão do subprocurador-geral, os leilões tem falhado no seu objetivo e encolhido as reservas internacionais do país. Eis a íntegra (PDF – 237 kB).

Furtado sugeriu ao presidente do TCU, ministro Vital do Rêgo, que uma apuração da Corte de Contas pode levar à identificação de uma “sabotagem” do Banco Central em relação ao cenário econômico brasileiro.

“O mercado atribui a atual cotação do dólar às incertezas sobre a capacidade do governo brasileiro de cumprir as metas fiscais. No entanto, questiono: haveria omissão do Banco Central na adoção de outras medidas capazes de retornar o dólar a patamares razoáveis? Restaria configurada uma espécie de ‘sabotagem’ ou até mesmo favorecimento daqueles que lucram com a especulação contra o Brasil?”, escreveu Furtado.

O subprocurador-geral do MP-TCU também pediu que a Corte de Contas trabalhe junto ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e à PF (Polícia Federal) para apurar essa suposta omissão do Banco Central ante a escalada do dólar.

LEILÕES TÊM POUCO EFEITO

Como mostrou o Poder360, os leilões de câmbio do Banco Central realizados em 2024 tiveram um efeito reduzido no combate a valorização do dólar ante o real.

Ao todo, autoridade monetária realizou 9 transações do tipo em neste ano. Desse período, 5 pregões do dólar comercial terminaram em alta, 2 em queda e 1 em estabilidade. O Banco Central realizou um leilão nesta 5ª feira (26.dez) e ainda aguarda o resultado final desse movimento. Pouco depois do certame, o dólar registrou alta e bateu novamente R$ 6,20.

No total, o Banco Central negociou US$ 36,3 bilhões. Dezembro concentra a maior parte dos valores leiloados. Foram US$ 30,8 bilhões no mês, quando o dólar passou quase todos os dias acima de R$ 6. Até a publicação desta reportagem, o dólar comercial era negociado a R$ 6,18.

Fonte: Poder 360

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