Deputado defende tomada de atitude pelo PL caso projeto não seja votado até dezembro; ele descarta candidatura própria à presidência da Casa
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL) afirmou, na semana passada, que defende que o PL (Partido Liberal) tome “uma atitude” caso o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), não coloque em pauta o projeto de lei que anistia manifestantes do 8 de Janeiro. As declarações foram feitas ao jornal Valor Econômico em 13 de novembro, durante a posse de Eduardo Bolsonaro (PL) como secretário de relações institucionais e internacionais do PL.
“Obviamente, isso tem que ser conversado com o presidente Bolsonaro, com o presidente do PL, com o líder do PL. Acho que, se o acordo não for cumprido, a gente tem que tomar uma outra atitude. Não sei se é essa, de lançar um candidato, mas eu acredito que tem que tomar uma outra atitude”, declarou o congressista. Ele disse que não pretende se candidatar à presidência da Casa e condicionou seu apoio à candidatura de Hugo Motta (Republicanos) ao perdão aos envolvidos na invasão das sedes dos Três Poderes em 2023.
“Minha posição é essa, é apoiar ele [Motta] por esse motivo. Esperar para ver se isso [aprovação da anistia] realmente vai acontecer até o final do mandato do Lira, se isso realmente vai ser cumprido, porque o acordo era até dezembro”, disse.
O deputado do PL descartou a possibilidade de lançar uma candidatura própria. “Não, de forma alguma. Estão falando [de candidatura própria] porque é maluco, onde que ouviu falar isso? Onde que eu vou tomar uma posição dessa magnitude sem consultar as pessoas e, enfim, sem ter um consenso? Para mim, não. As pessoas apostam que eu quero protagonismo, eu não quero. Simplesmente faço as coisas que acredito”, disse.
Há 3 semanas, Arthur Lira retirou o projeto de lei sobre a anistia da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), o que retardou a análise do projeto. Ele anunciou a criação de uma comissão especial para tratar do assunto. A instalação dessa comissão segue pendente.