Filho “03” do ex-presidente disse que episódio com homem-bomba na Praça dos Três Poderes é usado para “atrapalhar” a Anistia do 8 de Janeiro
O deputado federal e secretário de Relações Institucionais e Internacionais do PL (Partido Liberal), Eduardo Bolsonaro (PL-SP), disse nesta 6ª feira (15.nov.2024) disse que há uma “narrativas falsas e oportunistas” que buscam “vincular” as explosões na praça dos Três Poderes ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e à direita.
Em nota publicada nas redes sociais, o filho “03” de Bolsonaro disse que há um propósito “malicioso” para interromper a tramitação do PL da Anistia. Governistas, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e o diretor-geral da PF defenderam o engavetamento do projeto que propõe perdoar os envolvidos no 8 de Janeiro depois do episódio. Eis a íntegra (PDF- 199 kB).
“A tentativa de instrumentalização de uma tragédia desta magnitude pela esquerda para fins políticos revela uma preocupante falência moral, evidenciando a falta de compaixão daqueles que, mesmo diante de um indivíduo com claros distúrbios mentais que tragicamente tirou a própria vida, optam por explorar o incidente para alcançar seus objetivos políticos e tentar justificar perseguições e abusos contra a oposição”, diz a nota.
Eduardo Bolsonaro repetiu o pai e falou em pacificação e que o episódio se tratou de um fato isolado cometido por uma pessoa com “claros distúrbios mentais”. Atrelou 3 “fatos” que provariam que o ex-presidente e seu campo político não tiveram relação com o episódio:
- disse que se tratou de um suicídio e não um ataque às instituições;
- o homem-bomba foi candidato pelo PL em 2020, antes da filiação de Bolsonaro; e
- mensagens publicadas nas redes sociais mostram que ele era crítico de Lula e do ex-presidente.
“Em um momento em que o Brasil precisa de união, a verdade deve sempre prevalecer sobre interesses políticos mesquinhos e divisivos”, afirma Eduardo.
Artefatos do homem-bomba
Até agora, embora a Polícia Federal e outros órgãos de segurança falem em “bombas” e “explosivos”, as imagens da frente do STF na hora das explosões indicam que Francisco Wanderley Luiz usou fogos de artifício que precisam ser acionados tendo o pavio acesso com um isqueiro ou fósforo. Ao final de sua investida solitária, deitou-se sobre um desses artefatos, colocado embaixo de sua cabeça, e o detonou, morrendo na sequência.
No automóvel do homem-bomba, deixado num estacionamento adjacente ao prédio Anexo 4 da Câmara dos Deputados, a imagem da explosão no porta-malas também indica que o carro estava carregado com fogos de artifício, pois fizeram fumaça e faíscas típicas desse tipo de material ao serem detonados.
Imagens do interior da casa alugada por Wanderley, no bairro de Ceilândia (dentro do Distrito Federal), mostram caixas de “rojão de vara” da marca Pirocolor Fogos. É possível, e isso ainda não está claro, que parte do material teria sido desmontado para construir bombas caseiras e rudimentares que seriam usadas em algum momento.
Outro ponto que ainda precisa de uma elucidação é se Wanderley teria tentado entrar no prédio do STF, como afirmam as autoridades. Essa inferência é difícil de ser comprovada. O Supremo é vigiado por seguranças. O homem-bomba estava sozinho. Ficou longe de conseguir entrar, se era isso o que desejava. O que é possível entender pelas imagens já divulgadas é que ele queria jogar alguns explosivos de fabricação caseira em direção ao edifício. Depois, suicidou-se.