Pacheco decreta luto no Senado após morte de Silvio Santos

Presidente do Congresso estabeleceu 3 dias de luto oficial na Casa Alta em pesar pela morte do apresentador e dono do “SBT”

O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decretou luto oficial de 3 dias no Senado, a partir deste sábado (17.ago.2024), em pesar pela morte do apresentador e dono do SBT, Silvio Santos. Eis a íntegra do ato [PDF – 82 kB]

“Sua morte causa tristeza e consternação à sociedade brasileira. O Senado Federal manifesta, com este Ato, solidariedade à família, aos amigos e a todos os seus fãs e admiradores”, disse o senador. 

MORTE

O apresentador Silvio Santos morreu neste sábado (17.ago.2024), em São Paulo, aos 93 anos. O dono do SBT estava internado desde 1º de agosto no Hospital Albert Einstein, na capital paulista. Estava afastado da televisão há quase 2 anos, desde setembro de 2022.

Silvio havia sido internado também em 16 de julho com H1N1. Recebeu alta em 21 de julho.

O SBT confirmou a morte de Silvio pelas redes sociais. O perfil da emissora no X disse que “a família é muito grata ao Brasil pelos mais de 65 anos de convivência com muita alegria”. O apresentador deixa 6 filhas e a mulher, Íris Abravanel.

CARREIRA

Silvio Santos era filho de 2 imigrantes judeus nascidos no Império Otomano, que deixou de existir em 1922. Seu pai, Alberto, era de uma região que hoje pertence à Grécia, e sua mãe, Rebecca, de uma cidade que atualmente fica na Turquia. O apresentador nasceu em 12 de dezembro de 1930, no bairro da Lapa, no Rio.


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Aos 14 anos, Silvio iniciou a carreira como camelô. Vendia capas de plástico para guardar títulos de eleitor. Seu talento para a comunicação logo o levou ao rádio, mas ele decidiu voltar a trabalhar como ambulante, pois ganhava mais.

Foi convocado pelo Exército aos 18 anos e passou a servir na Escola de Paraquedistas. Como a carreira de camelô era incompatível com a de militar, trabalhou como locutor em uma rádio de Niterói nos dias de folga para complementar a renda.

Aos 20 anos, o comunicador começou a apresentar espetáculos e sorteios em caravanas de artistas em São Paulo, que recebeu o nome de “Caravana do Peru que Fala”. À época, formou-se como técnico em contabilidade Escola Técnica de Comércio Amaro Cavalcanti.

Silvio decidiu seguir na carreira artística. Trabalhava como locutor de rádio na Rádio Nacional de São Paulo. Para complementar sua renda, criou a revista Brincadeiras para Você, que trazia palavras cruzadas, passatempos e charadas. Era vendida nos comércios da capital paulista.

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Reprodução/Wikimedia Commons

Silvio Santos (acima, à direita) com a equipe da Rádio Nacional de São Paulo em 1956. Da esquerda para a direita: Silvio Santos, Luíza Duarte, Alceu Teixeira, Marita de Luca, Paulo Rogério, Reinaldo Barroso, José Russo, Hélio de Alencar e José Rosa

A televisão, no entanto, seria o palco principal para a construção de seu império. 

Na década de 1960, Silvio Santos estreou na TV Paulista com o programa Vamos Brincar de Forca. Iniciava-se ali uma trajetória que o transformaria em um dos maiores comunicadores do país. A simpatia, o humor e a interação com o público viraram algumas de suas marcas.

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Reprodução/Wikimedia Commons

Silvio Santos à frente do “Vamos Brincar de Forca”, da TV Paulista, em 1960

Em 1963, Silvio Santos lançou o Programa Silvio Santos, exibido inicialmente pela TV Paulista. Foi um dos primeiros grandes sucessos em sua carreira e desempenhou um papel crucial na consolidação de sua fama como apresentador.

A TV Paulista virou TV Globo São Paulo em 1966. Silvio assinou um contrato de 5 anos.

Em 1971, comprou 50% das ações da TV Record. No entanto, durante seu processo de renovação de contato com a TV Globo, Roberto Marinho (1904-2003) condicionou a assinatura do novo contrato à não aquisição de ações da concorrente. Silvio Santos aceitou. 

Quando as ações foram à venda novamente, para não ter seu nome vinculado e quebrar o acordo com Marinho, Silvio comprou a parte da emissora usando o nome de seu amigo Joaquim Cintra Gordinho. Sua parte foi mantida até 1989, quando a emissora foi comprada por Edir Macedo.

Ainda antes de lançar o SBT, Silvio obteve a concessão da TVS (TV Studios Silvio Santos Ltda.) em 1975. O canal foi ao ar pela 1ª vez em 14 de maio de 1976, pela torre da antiga TV Continental.

Em 1980, durante a ditadura militar, a concessão da TV Tupi foi cassada. A emissora teria acumulado dívidas com a Previdência e foi acusada de crimes financeiros. Com o fim das atividades da TV Tupi, novas concessões foram abertas pelo governo federal.

Em setembro de 1980, o Ministério das Comunicações recebeu documentação de 9 empresas interessadas nas concessões, entre elas, o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão S/C Ltda.), do qual Silvio Santos era um dos donos. O grupo de Silvio também abriu edital para contratação de ex-funcionários da TV Tupi.

O SBT recebeu em 1981 a concessão de:

  • Rádio Difusora e do canal 4 em São Paulo (SP); 
  • Rádio Marajoara e do canal 2 em Belém (PA); 
  • Rádio Difusora Piratini e canal 5 em Porto Alegre (RS); 
  • canal 9 no Rio de Janeiro (RJ).

A estreia do SBT foi em 19 de agosto de 1981. Em anúncio publicado no jornal, a nova emissora dizia: “Hoje, às 9h30 (hora de Brasília), sintonize a TVS-Canal 4 e assista à cerimônia de concessão, pelo governo federal, das novas emissoras do Sistema Brasileiro de Televisão. […] Este momento marcará também a concretização do ‘SBT’ em dimensões nacionais”.

A criação do SBT marcou o início de uma nova fase na carreira de Silvio e estabeleceu sua presença como um dos maiores e mais influentes apresentadores da TV brasileira. O SBT se tornou uma das principais emissoras do Brasil.

Fora da TV, Silvio foi dono do Baú da Felicidade e do Banco Panamericano. Vendeu sua participação nas duas empresas em 2011. As lojas foram vendidas para o Magazine Luiza, e o banco, ao BTG Pactual.


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Fonte: Poder 360

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