Amigo de longa data do apresentador, o humorista ainda revelou que Silvio Santos era uma pessoa tímida no começo de sua carreira
18 ago
2024
– 21h23
(atualizado às 21h24)
O apresentador Carlos Alberto de Nóbrega se emocionou ao falar sobre seu amigo de mais de 70 anos, o apresentador Silvio Santos, conhecido como “o homem do baú”. Por trás do empresário de sucesso e dono do Baú da Felicidade, havia uma pessoa generosa e tímida, como revelou o humorista durante entrevista ao Fantástico neste domingo, 18.
A amizade dos dois começou na década de 50, ainda na época do rádio. “Eu tinha 18 anos de idade, ele tinha 24. Foi um começo de carreira. E nós tivemos uma afinidade muito grande. O Silvio era muito tímido. E ele era locutor comercial do meu pai, do programa Manuel de Nóbrega”, contou Carlos Alberto.
Em 1958, o Baú da Felicidade, então de propriedade de Manoel de Nóbrega, estava à beira da falência. Silvio transformou a situação e tornou a empresa um grande sucesso. “Meu pai ligou para o Silvio: ‘Silvio, preciso que você me ajude. Que eu estou ferrado. Eu não posso ter meu nome sujo. Toma conta disso pra mim.’ No final do ano, ele já tinha salvo meu pai dessa vergonha. Aí meu pai disse: ‘não, Silvio. Você já me ajudou, já me tirou do buraco. Baú é meu, fica com ele pra você'”, relembrou o humorista.
Nos anos 70, Silvio obteve a concessão de um canal de TV, mas nessa época, Manoel de Nóbrega já estava muito doente. “O meu pai teve um câncer. E o Silvio falou: ‘Carlos, tu sabe que teu pai não chega ao fim do ano, né?’ Falei ‘sei, Silvio’. ‘Eu quero que você saiba de uma coisa: o que o dinheiro puder comprar, o Manoel vai ter.’ E o Silvio pagou todo o tratamento do meu pai. Quando eu digo todo, era todo. De uma gaze, de três cirurgias, ele nunca me pediu um recibo”, relatou emocionado.
Carlos Alberto relatou que já ficou 11 anos brigado com Silvio, mas que foi muito importante para ele retomar a amizade. E concluiu a entrevista destacando a bondade do apresentador, mesmo que ele tivesse vergonha de demonstrar. “Ele tinha vergonha de ser bondoso. Vergonha. Isso eu te garanto pelos 70 anos de amizade que nós tivemos. Ele era uma pessoa boa”, finalizou, com lágrimas nos olhos.